Monday, November 28, 2005

Pelugem

Teclas de notas escuras
Teclas de espuma branca
Teclas de montes
Teclas de contos...

Em cima do monte a espuma escura de um conto,
Tecla, tecla, tecla, tecla...

Por momentos deliciosos o chão abre-se
Momentos que se abrem
Fechados de céu aberto
Sabores fortes, sobre a pelugem fecham-se.

Thursday, November 24, 2005

Ser

Normalizo o espaço de bolas que giram.
Pego em cada uma, lanço-as ao ar.
Caiem num pântano de ervilhas.
Bolas de cor verde, em ervilhas de cor alaranjada.
Mar de saltitões que rebolam no universo de seminus.


Escuridão fina que se esconde por entre as arvores.
São longos os ramos que batem nos contornos...
São longas as ruas que movem as aves...
São longas as estrelas que se escondem...
São longos as sirenes que estão amordaçadas.

Dispo as nozes.

Friday, November 18, 2005

Mãos / Pés

Mãos leves
Pés soltos
Pele de salto corrido.
Sobrancelhas de voo
Ponto por ponto...
Leve cantoria de pó pintado
Ombro quente, molhado
Acordo na corda a balouçar.
Solto miar que ecoa,
Tão áspero de suavidade
Contorço meu cabelo
Deslizo nas notas da areia...

Tuesday, November 08, 2005

Pé De Corvos

As linhas que fogem de encontro às tempestades ecoam nos olhos despertos, saltam de altos penhascos na busca de saciarem a sede, andam nos remoinhos de cores dispersas...São linhas que se metem no empedrado calçado, são cores de limas semeadas, são telhados nos alicerces dourados. Contornos suaves de corvos.