Tuesday, January 17, 2006

Corpo

Em meu corpo dorme as tempestades, fugas de sonhos que sobem no sol
Sobem no desejo, fogem no canto do meu desejo
Tudo a minha volta me quer na areia sufocado

Sou a alma encarnada nos pedaços de deuses
Sou vertigem dum homem com fogo entre a minha boca

Meus lábios sugam o prazer do teu corpo nos remoinhos das pétalas
Sobes na minha carcaça, eu deixo-te
Tu és minha no meu tronco esbelto
Meus olhos abrem teu horizonte em espuma de flores
Cada folha meu braço transborda

Sou o teu desejo, estou na tua vida, sou aquilo que nunca serei
Sou sangue que fervilha no pólen do cálice
Sou nada perante tudo

Tudo em mim saboreia a vitória, o pingar das nuvens

Sou aquilo que nunca serei...
Sou aquilo que nunca serei...
Sou aquilo que nunca serei....

Monday, January 02, 2006

Sorriso

Noites serenas de vulcões em chamas,
acalmam na areia molhada...
Escorrem pela luzes,
espalhadas num cobertor de estrelas...

Apertos de alma num beijo de mel
Desce nas colinas, a serpentear...
Sobe no tempo, devora tempestades...
Um sorriso, dois sorrisos...