Thursday, August 28, 2008

Planalto Melancólico VII

Acordei dentro da montanha, no profundo vale, sobre as cores espalhadas do planalto. Cheira a pessoas com a alegria de fantasias, espirros de satisfação pelo reencontro com as ondas do perfume da terra. Lábios sedosos abraçam esta viagem, buscando o incontrolável sustento da razão. Desaguam rasgos de sentimentos, algures…

Monday, August 25, 2008

Planalto Melancólico VI

Intempestivamente o tempo muda; floresce neve na viagem para o inferno num manto encapuçado de serenidade a assaltar a linha do acolhimento. Guardo o sopro que acarinha a derrocada dos flocos, até a vertigem colocar o rasgo nas mãos. Arrecadado não chego perto das faíscas, nem da vista pego no molde do suspiro, nem do rosto acolho a paisagem. Resta a Alma que voa no planalto, desmesuradamente na saudade...

Thursday, August 21, 2008

Planalto Melancólico V

O repouso do fogo habita ao lado do sossego da paisagem, desabotoando o manto das árvores. Regresso ao voo das ruas que acarinharam a infância, circunscritas ao pormenor que os dedos esboçam a cada momento. Contactar as pessoas a perfurar mudanças, aliciar a vinda do vento sobre o rosto. Observar o decaimento da saia sobre as pernas, a inclinação da ribeira nas costas das folhas secas. Pecados da cascata, pontes entrelaçadas.

Sunday, August 17, 2008

Imperfeição

Mergulho de Lua profana a tristeza.
Os pingos perfuram o espírito
Ao sabor dançante do veneno...
Embalos que devastam a noite,
Sepultando o sorriso dos olhos,
Alimentando a imensidão,
Saciando a imperfeição,
Correndo pelo trilho da solidão.
Repletos corpos, vazias Almas...

Mãos escrevem a resposta!
Pés rabiscam a pergunta!
Vaguear incessante do ser submerso...

Thursday, August 14, 2008

Planalto Melancólico IV

O espairecer das aves chega ao planalto. O voo penetrante ilumina as sombras, rasgando o vento ao pedalar da sobrevivência, o sol ardente bate ao compasso do tempo esmagado pelas correntes. Estrondos anjos bailam na dor do canto melancólico, como se a vontade dependesse unicamente da saudade, dum sopro de notas sobre as folhas, do acolher sussurrante dos odores. Disperso Outono...

Saturday, August 09, 2008

Planalto Melancólico III

Existe sobre o planalto corpos espalhados, desconhecidos e ardentes pelo desejo que a vista alcança. Gigantes com mãos viajantes, anões do lar inflamado aconchegados, delicadas mãos resplandecentes em ambas as partes. Ouço os vazios nas ruelas, apertadas com o odor que escapa das cozinhas das casas, fumo dos céus a manjar a refeição embriagada. O repouso dança no ar, atribulado a pingar de saudade, sereno em oscilações perturbadoras. Progredir envolto num caminhar de fogo.

Wednesday, August 06, 2008

Tempo Infernal

A madrugada acorda divertida...
Um sopro de gemidos...
Umas letras esvoaçantes...

Gigantes a palpitarem sobre as pétalas estendidas...
Teias de veludo...
Aberturas da escuridão...

A dançante descoberta das asas...
A cor espalhada...
Alma vibrante...

Silhueta a temperar o tempo,
Ao ouvir o abismo infernal....
Longe...
Perto...

Monday, August 04, 2008

Planalto Melancólico II

O sentido do gemido repercute-se nas folhas da figueira, junto da porta à espera dos primeiros passos da manhã. Seu fruto sensual abre desejos de saborear a queimadura dum resvalar prolongado. A colecção da mistura das folhas, com pétalas diversas cria o ramo de borboleta. Festejar a natureza no jardim que circunda a casa, tirando o que a natureza possui para o recanto da Alma fervente.


Friday, August 01, 2008

Planalto Melancólico I

A pedra corre desmesuradamente através dos filamentos das ruelas. Pintado sobre o planalto as casas pingam, o vento rasga com delicadeza os cantos, e o calor entra com suavidade nas sombras. Um desmembrar tocante cobre o rosto, agora. Um corte de Alma impregnado, sempre. Escrever as fragmentações do chamamento cria um desalinhamento na pele, águas profundas a brotar uma melancolia bordada na tela. Construção suprema do sossego...