Saturday, September 30, 2006

Para ti...

Para ti Duende:


Em cada sulco que irás traçar na tua calçada faz a água escorrer em cada pedaço da tua Alma, forte e contagiante, num perfume que rasgue tua pele e se funde dentro de ti. Que o odor da palma da tua mão faça transpirar os pingos da tua vida e que plantes cada orvalho no teu coração, e não te esqueças de fazer florir cada pigmento. As Essências que flutuarão no teu peito moldarão o teu suspiro, para que possas sorrir em cada pé que o teu manto se estender. Que a chuva miudinha te sirva de telhado, em que as estrelas brilham com a intensidade dum brilho incessante.
No meio dum castelo cheio de grãos de areia semeia potes de felicidade, sorrisos contagiantes, misturas de cores, levitações de desejos e silhuetas de serpentinas. A tua respiração sirva de alento, de refúgio, de serenidade, de vontade, de tempo em estar, tudo isto para as pessoas que te Amam. Nas flores do jardim do teu castelo faz florir essas Almas de Essências, abraçando cada uma delas no teu ninho de prazer, num dragão que lance chamas de paixão.


Orgulho!!!

Não há tempo....Parabéns ao tempo!
Ninguém gosta de ninguém, nem ninguém gosta de si próprio. Vive-se por viver, sem dar valor ao que se têm, nem ao que nos dão, nem ao que damos aos outros. Cria-se a ilusão que cada pessoa é importante, vê-se, toca-se e vamos todos embora. Parece que tudo vai desaparecer por magia, um dia dizemos que queremos e somos assim, no outro somos doutra maneira. Não interessa haver coerência de actos, nem de pensamento. Tudo se reflecte em interesses momentâneos de cada pessoa. Olha-se para um lado e depois olha-se para outro por achar que é melhor. Não vale a pena dar respostas porque aí se quebra o orgulho que cada um tem. E o orgulho é o motor das pessoas esquecerem as pessoas, e de como elas são belas. Enaltecemos essa merda de palavra que dá ao ser humano um sentido de poder...Viva o orgulho!!! Nunca se diz às pessoas o que sentimos, o que realmente queremos, dizemos sempre o que vemos de mal em nós aos outros, teorizamos e quase nunca aplicamos essas teorias em nós. Somos todos assim, um vulcão de orgulho, em que simplesmente fechamos os olhos e viramos para aquilo que nos dá mais segurança, o dinheiro (um engano na minha óptica de ver). O dinheiro nos seus mais diversos aspectos: um emprego, um carro, uma casa, um marido, mulher, Homem que pode ser moldada/o como quisermos, e nos seus afluentes. Há pessoas que não ligam nada a essa treta, nem se importa em querer conquistar essas coisas supérfluas, sou eu. Deveis todos lutar por isso, que isso seja um tormento de grandes conquistas, e se no fim dessas batalhas conseguirem algo, parabéns pelo vosso tempo gasto aí.
Não é necessário de estar com as pessoas para estarmos a pensar nelas, e mais vale pô-las e deixá-las no lixo para ver se elas apodrecem e vivem no estado que elas quiserem. Sempre foi assim que me fizeram, puseram-me ao abandono, pus-me de lado, e com este modo de pensar eu não estou para me misturar, mas acabo por fazê-lo. Ás pessoas que sentem pena das outras pessoas é porque realmente não souberam acreditar. Sentir pena de algo é um sentimento de compaixão em que não se faz nenhuma força para mostrar que se quer. Nem sei se a pena pode ser considerada um orgulho, talvez seja.
Mais curioso nisso tudo é que aparecem sempre pessoas novas que nos dizem que tudo vai mudar e tudo fica na mesma, porque quando aparece alguém que tem essa força, há a pena, o orgulho, o tempo, e outras coisas que se metem no meio. O ser humano é assim, parabéns. Não deixa de ser verdade que tudo evolui mas nem tudo passa. Algumas coisas permanecem e permanecerão devido a serem fortes e verdadeiras. Apesar de tudo ainda não consigo fazer milagres, mas um dia hei-de conseguir...:D.
Não há tempo. Parabéns ao tempo!

Saturday, September 23, 2006

Pétalas

No imaginário das cortinas,
Intervalos de tempo borbulham
Em misturas de vento selvagem...

No desejo das colinas
Cai os braços molhados
Em que o céu serve como manto...

Palavras de sentimento
Num perfume dum frasco escondido,
Para a magia não tocar
A cicatriz esfumada...

Em cima da lápide choverá pétalas...Minhas...

Braços de Cabelos

"Um sol vai-se afogando,
Deixando o mar envolto na escuridão
e imensidão dum céu estrelado.

A brisa da noite acorda.
E com ela as ondas ganham
seu ritmo e abraçam as rochas
com a força tão desejada.

Sento-me a teu lado e,
camuflados pela negrura que nos
rodeia, abraçamo-nos contemplando
a beleza e misticidade do nosso
mundo."

M.


VOAR NOS BRAÇOS DO TEMPO


No teu mar ondulado
Os cabelos perfumam as crinas do prazer...
Em cada socalco odores de Outono
Transformam as folhas em arco-íris...

Pintados em telas com cavalos que voam...
Pintados nos caminhos de fogos...

Sorri em cada canto da Lua...
Sorri em cada voo que fizeres...
Sorri com uma força duma gargalhada...

Arrepios de cores no teu rosto,
Na vista despida do orvalho
Canta as notas dum suspiro alegre...

Voa nas ondas do cabelo...
Saboreia as estrelas...
Dança nas mãos do tempo...

Thursday, September 21, 2006

Outono

Chegou o Outono a cantar sobre as chuvas. As folhas molhadas dormem no chão, espalmadas no ventre, e os telhados pingam a saudade que já não é saudade. Som que mingua na sua grandeza de saborear a natureza, os odores frescos de árvores que se começam a despir debaixo do céu estrelado.

Tuesday, September 19, 2006

O que é Amar?

  • Sentir as pétalas descair na pele, e levantá-las com um sopro...
  • Andar em remoinhos de licor, e estar sempre a extrair essências...
  • Tocar o céu com uma mão, e na outra a terra...
  • Abrir portões de flores para enternecer o frasco...
  • É ter cordas que vibram numa montanha...
  • É prolongar o nível imperfeito de desaguar no mar...
  • Mencionar os fragmentos na palma da mão, enquanto as quatro são acariciadas...

Tinha mais algumas definições, mas quis que fossem somente 7...


Monday, September 18, 2006


O céu como horizonte...
O mar como monte...

Thursday, September 14, 2006

Brincar no orvalho

Não há sossego em mim que transborda na evaporação do meu perfume. Os sons do pingar molham o meu peito em toques de frieza, num andamento que circundam o estado de remoinhos perfeitos, mas aí a leveza vai de encontro ao mar, ao encontro doutras paisagens. No meio disto tudo não me impede de ver onde está a minha essência, de observar que em cada passo que dou os pés moldam um ser mais de acordo com uma árvore despida. Numa árvore em que baloiço a brincar com o orvalho, somente a desfolhar as folhas, pintando as cores das estrelas, em que vou de encontro ao rio que corre das montanhas brancas...


*Foto tirada em aveiro numa loja de artesanato

Monday, September 11, 2006

Templo

Sou uma jangada
Que corre para este.
Num alivio destemperado
Regresso ao templo,
Do tempo, que contempla
O último uivo parado.
A fogueira esconde-se
No nascer do sol,
Plantado num cabide
Nas profundezas rudes
Da cor espalhada.
Atiço com serpentinas a jangada
Colocada debaixo da palma da mão...Suspiro...

Friday, September 08, 2006

Conversa de MSN

Conversa de MSN entre "eu" (DarkViolet) e um amigo meu (DarkAngel)
P.S: Peço desculpa pelos erros ortográficos LOL
DarkAngel:
k tal?
DarkAngel:
cumpriu o objectivo?
DarkViolet....
sim...fiquei feliz

DarkAngel:
pq é k kerias comentários?
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
é teu?
DarkAngel:
claro
escrevi ambos em 5 min
enquanto trabalhava
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
escreves maravilhosamente bem...fiquei surpreendido
DarkAngel:
tb n é preciso gozar
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
queria pq estou numa fase que queria sentir as pessoas
estou a falar a sério
muito a sério mesmo

DarkAngel:
aposto k gostaste mais do primeiro
ambos são sensações diferentes
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
é verdade
DarkAngel:
um representa o desespero da ânsia e da possível impotência
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
mas o segundo está mais virado para mim neste momento
DarkAngel:
o segundo representa a vontade da acção
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
preciso de sentir a montanha
DarkAngel:
é ideia de k somos o centro de tudo
nós somos a montanha naquele momento
altos e terríveis
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
majestosos e tormentosos
DarkAngel:
sábios e antigos como as raízes da terra
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
com ardor de sentir a liberdade
DarkAngel:
de ter poder para fazer alguma coisa
qq coisa
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
por umas asas e sentir o vento..tocar e resplandecer
DarkAngel:
mas k para nós é tudo
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
estou imensamente surpreendido
DarkAngel:
sim, o vento n é mais do k as consequências das nossas acções
continuas
e no entanto objectivamente finais
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
só por esta parte da nossa conversa valeu a pena ter-te mandado o mail
circunscrito às linhas da imaginação que se propaga na pele e leva a vontade aos pergaminhos do ser

DarkAngel:
a vontade já lá esta, sempre, e no entanto basta toque de resolução, k pode provir de algo k nos é alheio e estranho
a vontade é estranha
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
são vestes que fazem agir cada partícula para colisões que não são esperadas
DarkAngel:
sao as vestes da decisão
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
e quando se decide deixa-se sempre algo para trás
DarkAngel:
k por vezes diz mais a outra sede do k à nossa
significando algo k nos é desconhecido
mas ao mesmo tempo familiar
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
talvez esteja escondido e não se quer ver os contornos que ali estão..verdes, maduros ou a apodrecer
DarkAngel:
sim, a vontade é uma coisa terrível
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
derruba o céu e fica a escuridão visível
DarkAngel:
o k nos vale são os sopros k nos acariciam a face dando assim algum conforto perante o inevitável
que acaba também por ser um continuo de ânsia
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
isso acaba por ser mau...pq penetra e dá cabo das arestas limadas...mas por outro lado cria outros horizontes...remoinhos atrás de remoinhos
DarkAngel:
mas essa é apenas uma de muitas sensações, todas completando-se umas as outras completando um ciclo k cujo fim é o de nós mesmos
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
a verdade de existir por entre nossas paredes e cada fragmento ser engolido...tocar e sentir...expandir...
DarkAngel:
até que não somos mais do que uma esfera vazia, consumida por tudo o que nos rodeia, a não ser que a Razão se sobreponha ao sentido da Vontade
e nos reduza a uma imagem una e única
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
saber se ela está vazia ou tem pedaços de vento, é algo que sempre será uma parte que terei de escutar
DarkAngel:
os pedaços de vento são o fogo não controlado que nos leva à expansão
sao a fonte da vontade
o motor da existência são os fragmentos de vidro que avidamente a esfera consome centrando-se em si cada vez mais
até que acaba por ver apenas o chão quebrado
e os gritos de lamentação não são mais do que um mar de passado resumido a um ponto
o presente
apenas isso
nada mais
um futuro e um passado vazia
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
se vemos algo quebrado é pq algo existiu ali...só falta mesmo é saber moldar cada pedaço nas cores dos pigmentos que cada um sabe dar...faz tão bem gritar...
DarkAngel:
esse algo que ali existiu nada mais é do que a ilusão do eu
do eu que sabe o que quer, que sabe quem
é
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
saberá?
DarkAngel:
distorcido pela ânsia
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
sabe fragmentos
DarkAngel:
não espera saber, pois apenas vê fragmentos
esses fragmentos são ele próprio
distorcido pela sua visão, pela vontade
animado pela sua ânsia
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
querer e ir atrás...ir e saber que se perde algo, mas não se pode lamentar..ou poderá -se?...
DarkAngel:
a existência para alguns é um todo de lamentação
pelo que não fizeram
pelo que fizeram
ocuparam um mundo, com um nada. expectativas goradas
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
só falta mesmo é lamentar por aquilo que não fizeram
lol
esquece
só falta mesmo é lamentar por aquilo que farão
assim está melhor
DarkAngel:
pois,
e impossível fugir ao ciclo
a esfera só pode crescer
o presente nunca é imutável
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
sem limite
talvez o ciclo volte ao inicio
DarkAngel:
n, n pode, o ciclo n permite a repetição de eventos
nós não o permitimos
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
temos medo de cairmos no mesmo lado da fronteira
DarkAngel:
o medo da ineficácia é um poderoso inibidor
é a ânsia
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
criar ilusões de atingir metas e tentar cumpri-las..mas é necessário isso...
DarkAngel:
e no entanto não são mais ilusões do que a dor
A realidade é que é ineficaz
prendendo a vontade no fundo da cadeia alimentar
largando-a consoante os desígnios secretos
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
talvez um tormento muito além das expectativas...é necessário pescar em águas que nao se sabe o peixe que pescaremos...arrancar cada sonho para a realidade
DarkAngel:
e no entanto esse sonho nunca passará disso, o poder é uma ilusão
apenas temos as sensações
como um sabor que antecipas
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
é preciso voar sempre para um mundo que esteja invisível...quebrar horizontes
DarkAngel:
mas nunca esquecer as ancoras da realidade
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
são filamentos que nos ligam à terra

DarkAngel:
sao as raízes do saber
ou as correntes da vontade
como agora te é dado a perceber, a minha ânsia traduz-se na imagem
e a vontade, na realização do ser Um
DarkViolet...."Jamais interrompa o curso das águas" diz:
a questão do egocentrismo
DarkAngel:
o egocentrismo traduz-se na ânsia
o ser Um é o ser por detrás da vestes

Duende

Abraço tua Alma num voo
Olhando para a Lua pousada na asa.
Caminho pelos dedos das penas
Tocando o pousio da tua mão.
Atravesso a silhueta das velas
Ao contemplar-te nos meus braços.
Sim..Olho para a Lua...
Sim...Olho para ti...
Quero-te enrolada
No ardor do frasco
Derramando pétalas de essência...
Perfume da ternura de laços...

Thursday, September 07, 2006

DarkViolet

Brilho no capuz do teu rosto
Para pronunciar o sabor dos teus lábios
Num momento que descai nas veias,
Num balanço para trovejar crinas...
Oscilações de saliva
A mergulhar em ondas de fogo,
Minha Alma espessa
Desfila nos teus pigmentos.
Lanças escorregadias dos olhos do mar
Nas conchas belas da tua pele...
Adormeço nas cavidades...
No luar transbordo em ti...
A pingar...

Tuesday, September 05, 2006

Furadouro

Na neblina da noite
Cai o orvalho de chuva,
Peugadas frescas de conchas
A riscar arrepios na areia...
Os silenciosos ramos
Profanam a mansão;
Onde tocam flautas de sinos,
Onde os espantalhos adormecem.
Descai o Verão debruçado
Sobre o telhado de palmeiras,
No ninho da cegonha
Que voa alto, a brincar num bailado...