Friday, November 30, 2007

Toques Embriagados

O desconhecido vento povoa a pele. Aqui ou ali, arcos de velas feitos em embrulhos de lareiras rasgam tímidos toques. Compasso de palavras, mordomias do desejo, ardentes pedaços que passam dum tempo descuidado para o rendilhar da chuva que não cai.
Será a beleza da mulher o canto do sopro do Outono? Será a ventania a esperança das rajadas devastadoras? Será a ponte o áspero gemido da inquietação?
Estreitas divagações do coração ancorado na mão.

Tuesday, November 27, 2007

Urna

Bebo os olhos

Rego os dedos


Urna

Trémulo borbulhar

Borboleta
Esventrar Delicado

Voar

Fatias do Labirinto

Saturday, November 24, 2007

Pulsar da Lua

A poeira envolve ondas infinitas
Com navalhas afiadas.
Cortam o minucioso compasso
Do badalar do segundo.
Espremem do cálice o sabor
Das tentações.

Costuras de veludo ou porcelanas rendilhadas...

Pulsar a noite...
Inundar o bailar...
Estremecer incerto...
Tingir a Alma...
Silhuetas de mãos...

Rasuras limadas ou painéis espelhados...

Reunir o suspiro da Lua
Em torno do Amor...
Baralhar notas feitas de gotas de licor
No retorno do odor...
Mergulhar... Afundar... Dar...


Friday, November 23, 2007

Demónio

Espelho da Alma. Sorve-me...

Rio opaco escala a suavidade do tormento...
Maquilhagem!
Manta!
Tatuagem!
Rio sinuoso da fricção embalada...
Reflexo espalha-se. Devora-me...

Sinistra face...
Estranha foice...

Ardor infernal...
Rasgo gemido...

Ceifar a erecção da mão,
Gotas do sangue que rebenta.
Renascem...

Furos da paixão massacra o vento;
Perfis de vulcões.
Esboços íntimos desvendam a pele molhada;
Distender furacões.

A cera a escaldar desliza na pele...
Furar...Derreter.. Portões do Demónio.

Velas embriagadas nas trevas.
Pálido Vampiro...Puro...Levita...

Wednesday, November 21, 2007

Caixão

Pintar o caixão de roxo ao brilho húmido do prazer. Num resquício de vida do rosto gelado, o deslizar torna-se um remoinho de sentimentos. Florescer dentro da madeira (galhos, diabruras, chamas, rasgos, sensualidades). Pigmentos destilados ao redor das estrelas, onde confesso que o suspiro anda desvairado no meio dos trovões. Os incêndios das faíscas penetram o sabor da torre, derretem a pele ao fogo dum molhado olhar...Esventrar até ao suplício do sangue a correr de tanto gemer, ao tilintar dos lábios da vontade de dilacerar. Tormento que ondula no caixão. Seres que se invadem com o ardor da essência. Fragas de brasas...

Monday, November 19, 2007

Santo

Montes de estrelas ondulam no manto.
Fontes de telas mergulham no santo.

Sabor dedilhado com frescura.
Odor orvalhado com pintura.

Vou até ti...
Até ao fundo...
Profundo de mim...

Ciente do coração que cobre a felicidade,
Rasgo a sedução na Alma,
E tilinto a magia num sossego regato.

Rio imaculado da gentil pureza...

Friday, November 16, 2007

Nirvana

Unplugged in New York

"About A Girl

I'm standing in your lineI do Hope you have the time

All Apologies

In the sunIn the sun I feel as one

Come As You Are

Come as you are, as you were…

Dumb

Help me inhale
And mend it with youWe'll float around
And hang out on clouds
Then we'll come down
And have a hangover

Jesus Doesn't want Me for a Sunbeam

Don't expect me to die.

Lake Of Fire

They don't go to heaven where the angels flyGo to a lake of fire and fry

Oh Me

Would you like to hear my voiceSprinkled with emotion...

On A Plain

In a dream my memory has stored

Pennyroyal

Distill the life that's inside of me

Plateau

To beautify the foothills, and shake the many hands

Polly

take a ride

Something In The Way

Bridge

The Man Who Sold The World

You're face to faceWith The Man Who Sold The World

Where Did You Sleep Last Night

My girl, my girl, don't lie to me,

Tell me where did you sleep last night.

Where the sun don't ever shine.

I would shiver the whole night through.

"

Velas de veludo ardem como balas de fogo.
Suspiros..
O trespassar da Alma...

Thursday, November 15, 2007

Flechas de Veludo

Cavaleiros das abóboras encontram-se reunidos. Sei que a ansiedade está aprisionada na vastidão dum olhar, lembrado pelos esqueletos que cercam os esquecidos da representação duma poção. Serpentes voadoras que gelam ou aquecem.
O colapso dos poços retém figuras sinistras nos rostos. Quedas de personagens despidas a perguntar sobre o genocídio dos disparos. São as flechas voadoras; os sons embriagados das sepulturas que ocupam lugares dos reflexos.
Armai as armas para fazer rolar as cabeças dos homens.
Armai os ossos de gemidos para Amar.
Cruzai o escudo do veludo.

Wednesday, November 14, 2007

Quarta

Quarta esquecida.
Chama escondida.
Das nuvens regam-se crateras.
Dos raios ofuscam-se abrigos.
Pressentir ao fundo da imaginação o vazio.
...Rio...
Oculto segredo!

Monday, November 12, 2007

Castanhas

Piu! Piu!
Manto acastanhado que cobre meu peito num monte esboçado no olhar. A manifestação das folhas abraça o odor, enquanto o esqueleto impregnado rasga a moldura do ventre. Os ouriços furam a carne para proteger sua semente, a terra seca faz chover cogumelos mortos, a temperatura aquece a Alma em tons espalhados, e o nu embriagado escorre de paixão sobre as mãos.

Carvalhos, castanheiros, pinheiros...

Dedilho as castanhas ao entardecer das sombras. Guardo amostras na suavidade do toque para formar pequenas gotas de salpicos da ribeira. Explosões de desejos Outonais...

Carvalhos, castanheiros, pinheiros...

Nota: Fotos de DarkViolet.

Monday, November 05, 2007

Segunda

Tarde de Segunda,

Abri os olhos para entreter a dança das folhas, enquanto repouso a comer ao ar livre. Sinto a brisa quente do Outono com o silêncio abrasador da pele a arder. A sombra respira o vértice de saciar a sede. Pinga o vento na viagem das cores. Aroma que contagia o eterno horizonte.

Saturday, November 03, 2007

Sábado

Sábado de manhã,

O rádio invade as embriagantes masmorras do demónio. Contos de árabes, harmonias de letras antigas ou o sopro da melodia das velas roxas. Ouço os galhos a ficarem mumificados ao dedilhar do fogo, propagando num suspiro toda a alma inflamada. Cânticos suspensos nos raios de sol que entram, que penetram com ardor a Lua esboçado no ar.
A Alma nua reflecte o espelho. A chama ardente tilinta o demónio.

Thursday, November 01, 2007

Quinta

Quinta à noite,

Bruxa e demónio andam à solta. Fantasmas de pele despida rolam sobre o canto das castanhas e das velas. Perfume de fragrâncias, sensíveis ao desmembrar de gemidos....