Wednesday, November 21, 2007

Caixão

Pintar o caixão de roxo ao brilho húmido do prazer. Num resquício de vida do rosto gelado, o deslizar torna-se um remoinho de sentimentos. Florescer dentro da madeira (galhos, diabruras, chamas, rasgos, sensualidades). Pigmentos destilados ao redor das estrelas, onde confesso que o suspiro anda desvairado no meio dos trovões. Os incêndios das faíscas penetram o sabor da torre, derretem a pele ao fogo dum molhado olhar...Esventrar até ao suplício do sangue a correr de tanto gemer, ao tilintar dos lábios da vontade de dilacerar. Tormento que ondula no caixão. Seres que se invadem com o ardor da essência. Fragas de brasas...

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