Em Praga a madrugada chegou ao pé de mim. O silêncio das ruas produz o som caótico do encontro com um novo local. Sente-se o nublado manto dos céus descair no rosto, a escorrer o rio na silhueta das pernas. As linhas dos eléctricos gemem com as torres, as estátuas e o odor da frescura das encruzilhadas. A pedra nua está despida ao olhar, dando ao labirinto o fogo da solidão. Busco os recantos, à procura das gotas do tempo, aquela suave brisa do lavrar entre pontes de velas e arcos de demónios.
Praga - Praça Central