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Wednesday, August 18, 2010

Crónicas duma viagem VIII

A paisagem recria o seu manto no relevo das pétalas e das águas. Cada pedaço da ponte é um encontro com os mistérios escondidos, forças que unem o tempo do fluxo dos infernos e dos céus. Enlaçados na ligação, as torres acompanham os toques, dançam em silhuetas de chamas. Há cores espalhadas nos recantos, notas fugidias, socalcos de fogo ardente. Até aprisionado na corrente os mortos gritam de dor pelo renascimento. Os Homens acompanham as viagens, uns entranham com tal profundidade que ecoam estátuas de gentileza no estado meigo do coração, a dança da roda.

Ponte Carlos - Praga

Saturday, August 14, 2010

Crónicas duma viagem VII

Hoje dispo-me sobre teu rio
Deixo o fluxo trilhar o amanhecer
Até sentir o escaldar da varanda aberta ao Luar.

Com as portas entre abertas ao fluxo
Arranho os sopros das brisas,
Deixo teus troncos arrancar-me o coração,
Depositá-lo dentro do tempo que floresce.

No manto nublado dos teus poros
Fazes estremecer a ventania,
E eu aqui sentado, contemplo as pétalas que me ofereces,
Até os olhos talhar a magia.


Rio Vltava- Praga

Friday, July 02, 2010

Crónicas duma viagem VI

Em Praga a madrugada chegou ao pé de mim. O silêncio das ruas produz o som caótico do encontro com um novo local. Sente-se o nublado manto dos céus descair no rosto, a escorrer o rio na silhueta das pernas. As linhas dos eléctricos gemem com as torres, as estátuas e o odor da frescura das encruzilhadas. A pedra nua está despida ao olhar, dando ao labirinto o fogo da solidão. Busco os recantos, à procura das gotas do tempo, aquela suave brisa do lavrar entre pontes de velas e arcos de demónios.

Praga - Praça Central

Thursday, May 27, 2010

A Sombra do Destino

A sombra do destino mergulhou na vastidão das profundezas. Do fundo ouve-se o estrondoso eco das palavras insanas, aquela mistura desconecta do espelho invisível catapultada para as silhuetas coloridas. O traço da escuridão tem a moldura de sombras no pincel dum romance gótico. A dança roxa compõe a tela, mágicos dedos insensíveis que dedilham a manta rendilhada. Cada sequência faz as montanhas desaguar o gemido do horizonte, melodia de notas a pingar o orvalho resplandecente. Na caverna a Lua brilha com o feitiço de pós brilhantes. O calor germinado na Alma faz o seu ardor um trilho de Luares. Sinfonia de Catedrais, de marionetas!

Sainte-Chapelle e San Vito

Monday, May 17, 2010

PPP

A cor púrpura dos céus escolhe os seus obreiros através das gotas. Elas caem, esventradas no esfaqueamento da escuridão, mudadas de cavernas para os altares dos precipícios. Resta a permuta caótica a despedaçar os momentos fulminantes para que sejam acolhidas na melodia do fogo.
Assim se faz a sombra do destino quando mergulhado no sabor do vento. As gotas irão partir segundo o seu trilho, na aventura louca de abrir um rumo ou simplesmente dar brisa à Alma. Absorver o Ir, embrulhar o ardor com o gemido da palavra. Partirei a saborear o desconhecido enigma da aventura. Dia 27, Porto – Paris – Praga, a linguagem do P.