Existe um estado compulsivo insanável que comprova a despreocupação libertina do querer. Numa sala desprovida de móveis, uma cadeira isolada num canto. Os alicerces de madeira furam o chão imaculado numa provocação nua, palavras cruas a espremer a emoção da vontade. Ao escolher a misericórdia erecta a excitação rega freneticamente um regaço de dedos. Solidão momentânea aprisionada na dança do significado. Existência dum toque relaxado onde a palavra não silencia o acto. Acto do qual se espreme o enforcamento num romance de trilhos desconexos; galopa uma balada masturbativa. Apetece o desafinar constante de inventar o que respira da vontade. Não há um não, não há um sim, há somente o escorrer, um correr a descarrilar.
Não existem formas silenciosas, somente atracções para o abismo a provocar o pulsar. Agora o pulsar, e não só agora, o canto do silêncio da cadeira isolada na sala geme no seu mau feitio. Sem nenhuma razão a terra é rasgada pelos suplícios dos enforcados. A forca é o brotar da masturbação, e nela é dito tudo, noção perseguido por um tiro fulminante sem vergonha.