Existe a contracção do organismo, o peito a desfalecer, a memória expande-se até ao limite. Foda-se; Pode-se por vezes escolher o lugar da morte, o subterrâneo da última sensação. O sopro é um apelo frio, um resto áspero da queda infinita. Estou perturbado. A memória está em expansão, quase a explodir. Para onde? Para que lugar? Para que tremidos orifícios? Não há resposta. Há múltiplas respostas. Toma-se um ponto como objectivo, aquele que pinga como orvalho desfalecido, e tudo treme de forma gélida, concentrada. O corpo e a mente juntam-se no abismo da tentação fúnebre. Cada estímulo pode desaguar num sentido ambíguo, uma flecha rude que marca o destino. Rasga-se tudo e o tempo passa à frente do fluxo.
2 comments:
"Pode-se por vezes escolher o lugar da morte, o subterrâneo da última sensação."
...e, se escolha outra não houver, na vida, que tenha valido a pena, resta essa glória última de ultrapassar zombeteiro o mais ingrato, inelutável e imprevisível dos inimigos - a Morte.
Palavras impressionantes, as tuas.
E belas.
E sentidas.
Há momentos, muitos, em que nos desorientamos, e perturbados, erramos pelas ínfimas paisagens de um âmago que não se contenta com o 'destino'.
A foto é linda! E rasga o nosso horizonte até à 'infinitude' da alma.
Bom sábado!
(senti um impulso de vir até aqui)
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