Dei uma olhadela para o rio quando estava próximo de chegar a casa. As pessoas em pequenos grupos a falar, e perto da porta de casa vi um homem caída no passeio, a resvalar para a estrada. Olha em redor e as pessoas continuam a falar sem dar importância ao homem caído. De chapéu, com aparência de ter perto de 80 anos, quase moribundo. Aproximo-me do homem e tento verificar se ele está bem. Responde-me normalmente. Talvez esteja um pouco alcoolizado. Quando lhe pergunto se ele quer beber algo, diz-me logo que não quer vinho, só agua. Fiquei ao pé dele a meter conversa, para ver se ele se conseguia levantar para ir para casa. Pergunta atrás de pergunta diz-me que morra no bairro do cerco. Um local um pouco distante de onde estamos. Acaba por dizer que já morou aqui mas agora já não. As pessoas passam e tratam-no por “Pirolas”, um antigo trabalhador da CP que trabalhou também na suíça e na Índia. “A Índia é nossa.”
Mais um Ser que lhe tiraram a casa e a Alma do seu habitat natural. O colocaram num sítio que não lhe diz nada, e tem que retornar às origens para poder sorrir um pouco. Somos mercadorias, nada mais que isso…
Só quer saber para que lado é o cemitério para depois de se levantar seguir o caminho contrário.
No comments:
Post a Comment