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Saturday, December 15, 2007

Calor do Ardor...

As folhas brancas pintam as telas dos heterónimos, enquanto as vozes salivantes de pensamentos sulcam o armazém dos sons. Na plateia o folhar dos jornais esboça uma curiosidade do entreter os olhos. Nos camarotes o visionamento dos duetos penetra o ardor dos toques embalados. Seres estranhos com sonhos acalentados. Paisagens dos escorregamentos delicados.
Cânticos sussurrantes desafiam patamares escaldantes, o desassossego cativante da mistura.
Até que chega a entrada dos heterónimos, e da mulher com fôlego. A escuridão abraça o louco dançar, da embriaguez louca de despir. Enrosca-se o calor, e abandonado ao estímulo de sentir as mãos, rodopia-se um vagaroso abrasar da Alma. Detido neste aprisionamento da liberdade o deslizamento enrola profundos desejos ao expender o infinito até à pele. O deambular das brasas seduz raios flamejantes, arcos de paixão, sensações de emoções a dilacerar as teias das veias.
Dedos que trespassam as flores vestidas, dedos derramados no vulcão. Inferno do baloiço a escrever o prazer, a rabiscar florestas de sonhos flutuantes, a endiabrar um pulsar sensual... Do ardor gemem lábios... Do calor ardem rios...Desejo forte do aquecimento íntimo...