Monday, October 30, 2006

Caixão

Colocas o caixão no meio das pétalas,
A tremer de espanto pintas
O esboço da cera que ondula nas velas,
A flutuar, a ferver nas brumas...

Transportam cantos no tecido,
Navegam ossadas de sentimentos...
A lágrima rompe, o rasgado
Rosto pinga com alimento...

Madeira suada...
Corpo maltratado...
Alma queimada...
Mármore moldado...Envidraçado...

6 comments:

BlueShell said...

Foi apenas mais uma concha que se perdeu! Quem sentirá a sua falta?

Paulo said...

« Cemitério da minha terra,
Paredes a branquejar;
Que bom será lá dormir
Um bom sonho sem sonhar!..." (florbela Espanca)

Abraço
Paulo

susana said...

Só se morre verdadeiramente, quando a alma também não sobrevive!Aí a morte é completa!Tal como no amor, só depois de enterrado, poderá começar a ser esbatido....
beijos

DarkViolet said...

. Da concha ninguém sentiu a sua falta.

. O sono das paredes embala quem descansa.

. A Alma sobreviverá sempre, até prova em contrário.

Anonymous said...

alma queimada de remorsos por algum mal que praticaram

DarkViolet said...

Anonymous:

A donzela permanece no caixão