“Aquilo que chamam amor é bem pequeno, bem restrito, e bem fraco, comparado à inefável orgia, à santa prostituição da alma que se dá por inteira, em poesia e caridade, ao imprevisto que se mostra, ao desconhecido que passa.”
Charles Baudelaire – O Spleen de Paris – XII As Multidões
Charles Baudelaire – O Spleen de Paris – XII As Multidões
As cores são olhos misturados, desfolham mentes diversas, agarradas em palavras que saltitam dos lábios, nos gestos barulhentos, acordados pelo movimento. A licença derramada, e choram corpos. Arrepio dum congelador povoado de sentido. O som penetra a imagem do corpo feito de chamas. Surpreendido pela ignorância dos cabelos, não sou mais que a sombra voadora. E, suspiro para além da imaginação, respiro do além para guardar um retalho. Uma tela esfrangalhada de notas dançantes, criativo odor dum desespero visionário. Talvez a criatura do ordenamento chame por mim, do profundo infinito até junto das cordas dos filamentos do mar. Um resguardo contagiante da ondulação. Pó e salpicos de pó...
2 comments:
Uma sombra voadora que suspira e aguarda ondulações.
Essa das multidões e das orgias confunde-me.
Twlwyth:
O rio corre como ciclones. As multiões e as orgias são semelhantes...Profanam a mente sem haver divagação do sentimento
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