Os PESNUS congratulam-se em ter entrevistado em exclusivo a pessoa do momento que pela sua obra não feita quis manter-se no anonimato. Tratá-lo-emos pelo Sr. XXX. Quando a entrevista foi realizada chovia torrencialmente no palacete e por isso tivemos que nos recolher dentro dumas catacumbas de ossos. As caveiras que decorram o espaço do Sr. XXX pingavam sangue pelos buracos do crânio. Recolhemos amostras desse líquido para ser analisado ao pé dumas amendoeiras Puras que irão ser plantadas quando o mundo eclipsar.
PESNUS – Obrigado por nos ter concedido esta entrevista sua Eminência Digníssima.
Sr. XXX – De nada. O cofre de Deus está mais recheado…
PESNUS – Tem uma bela decoração as suas catacumbas. De onde provém tanta imaginação?
Sr. XXX – Os meus 265 antepassados é que sabem. Eu estou aqui há pouco tempo e desconhecia este lugar. Um homem com uns cornos na cabeça aconselhou-me o local para meditação. Até me deu uma pata de cabra de qual fiz um brinco, que ponho quando adormeço. Agora venho para aqui com as minhas crianças a jogar ao berlinde e fazer desenhos nas paredes como na altura do Neandertal.
PESNUS – Neandertal!!!!
Sr. XXX – Desculpa. Desde Adão e Eva.
PESNUS – O camauro fica-lhe bem. Não tem medo do frio?
Sr. XXX – O frio é meu amigo de infância. A minha vida é dedicada a valores maiores. Valores de convivência com os peixes dos rios subterrâneos. De vez em quando lá acendo a lareira para ver como tudo se desfaz em cinzas. Faço sementeiras de cinzas pelo céu para ficar com menos trânsito aéreo e fazer as minhas viagens com Deus ao meu lado. Ajudar as Almas terrenas é o meu lema deste pequenino.
PESNUS – Como passa os seus dias?
Sr. XXX – Tenho escrito sobre o tempo e de como ele influencia os banquetes das mulheres virgens. Vim parar a este cargo quase aos trambolhões, nem o queria aceitar e agora tenho que cumprir o meu papel de sacerdote das Almas Puras. Os aguaceiros quando caem nos corpos fazem com que haja uma infiltração nasal parecida aos vulcões, muito proveitosa para de aí se extrair o sémen da fertilidade.
PESNUS – Tem sentido falta dos prazeres terrenos?
Sr. XXX – Jamais, nem sei o que é isso. O único prazer que tenho é olhar para a praça full ou fool de fiéis, acolher os seus dotes, ajudar os mais desfavorecidos durante algumas alturas do ano quando olho para eles da minha janela no vigésimo terceiro andar. Como ando com os bolsos rotos algumas pessoas podem cair…
PESNUS – Costuma usar algum amuleto?
Sr. XXX – Tenho uma cruz… do tempo de juventude…
PESNUS – Suástica?
Sr. XXX – NÃO! NÃO! NÃO!
PESNUS – O que pensa de Portugal?
Sr. XXX – Quanto ao país, conheço muito pouco. Sei que fica perto da Rússia. O meu antepassado directo dizia bem dele e da sua ginjinha. As pessoas devem ser humildes. Fizeram 50 mil hóstias para eu comer. Gente bondosa. Vou levar algumas nos bolsos para entreter os dentes o ano inteiro.
PESNUS – Agradecido por esta entrevista.
Sr. XXX – Aos pastorinhos o queijo da santidade. Bendito sejam os estados laicos com montes de feriados católicos. Por ultimo deixo uma recomendação: Deus afaste as crianças dos Bispos como eu me afasto da palavra dos crentes.
Preservo o preservar…
Foto ao Vento do Sr. XXX