Inadvertidamente enlacei o sufoco da respiração na escuridão completa da gruta. Não tenho para onde olhar, nem a sombra me faz companhia, nem a companhia constante do zumbido nocturno salta para dentro das minhas veias. O pesadelo ecoa como um estrondo; não tenho para onde fugir; ninguém me pode libertar desta prisão. A terra faz de mim seu escravo, tenho-a dentro do Ser a germinar as sementes da esperança. Fujo sem puder fugir por entre os corredores da minha mente, disponho as palavras dos livros num sossego despertar. Tudo se alimenta dum caixão amaldiçoado, onde os olhos se devoram, se rebentam até à exaustão. Posso sentir a explosão fragmentada da luz no labirinto das mãos, forças que se fundem e arrancam o sustento do licor, que preenchem as raízes.
O topo do inferno aglomera-se mas o ruído ecoa, a esperança expande-se a cada momento em cordas invisíveis de expectativa à procura do último resguardo da sobrevivência. O deserto tem poços desconhecidos perante as miragens das ossadas. Sufocar ou Amar…
O topo do inferno aglomera-se mas o ruído ecoa, a esperança expande-se a cada momento em cordas invisíveis de expectativa à procura do último resguardo da sobrevivência. O deserto tem poços desconhecidos perante as miragens das ossadas. Sufocar ou Amar…
4 comments:
Asfixiante esta descrição; senti-me lá.
Beijo.
É-me difícil imaginar-me a 700 metros de profundidade...estes homens viveram encurralados num espaço físico limitado, sem luz, sem nada para distrair a mente, só de pensar nisso sinto-me sufocada...Uns verdadeiros Heróis este resgate já entrou pra história.
Bjo
Fatima
... não conheço texto mais belo para expressar a angústia destes 33 homens!
De uma sensibilidade que só pode ser escrita por alguém que 'conhece' as profundezas do isolamento, Dark_
perfeita descrição de um fato que deixou o mundo comovido.
http://terza-rima.blogspot.com/
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