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Tuesday, July 14, 2009

Cego

O Cego na sua “opacidade” cria imagens da harmónica, nota recombinada com o fulgor das chamas que passam do incolor para cores perfurantes ao olhar. Existe na cegueira a formação moldada de fulminantes paisagens, quedas de água gemendo o sopro do dedilhar a tela na lâmina de um acolhedor madrugar, incessante visões do apocalíptico perfumar da essência. A abstracção dos sentidos rola no interior da incógnita fragrância, suspenso na fronteira de captar o invisível dentro do oculto.
A solidão catapulta alucinações distribuídas em mantos aleatórios, pintadas pela escuridão enturvada do fresco cálice. A mão segura firmemente o horizonte, e todo o Ser mergulha num ápice na construção do caos; imagem flutuante do Cego, mágico pernoitar da eternidade no amadurecido néctar da captação insaciável. Em tudo isto todos os Cegos fazem seu rendilhado esboço.

Cego não vê; Cego semeia, rega, colhe a Alma…

Bonsai Por Walter Paul

Friday, January 04, 2008

Olhos Cegos

A miséria torna a eternidade mais consciente da mobilidade. Estimular a linha-férrea num prolongamento a reter o desacordado andar. Respirar o suspiro, retirar o tiro. Retratar o cego na página solta dum livro, pintando o pincel na esquina de querer voar. Das asas magoam-se a razão dos olhos, barreiras de lágrimas que soltam a intrínseca incerteza.
A combinação sobre a laje tumular abre fissuras de fogo. Mãos de gelo retiram filamentos de sémen... Véu embaciado nas trevas.