O Cego na sua “opacidade” cria imagens da harmónica, nota recombinada com o fulgor das chamas que passam do incolor para cores perfurantes ao olhar. Existe na cegueira a formação moldada de fulminantes paisagens, quedas de água gemendo o sopro do dedilhar a tela na lâmina de um acolhedor madrugar, incessante visões do apocalíptico perfumar da essência. A abstracção dos sentidos rola no interior da incógnita fragrância, suspenso na fronteira de captar o invisível dentro do oculto.
A solidão catapulta alucinações distribuídas em mantos aleatórios, pintadas pela escuridão enturvada do fresco cálice. A mão segura firmemente o horizonte, e todo o Ser mergulha num ápice na construção do caos; imagem flutuante do Cego, mágico pernoitar da eternidade no amadurecido néctar da captação insaciável. Em tudo isto todos os Cegos fazem seu rendilhado esboço.
Cego não vê; Cego semeia, rega, colhe a Alma…
A solidão catapulta alucinações distribuídas em mantos aleatórios, pintadas pela escuridão enturvada do fresco cálice. A mão segura firmemente o horizonte, e todo o Ser mergulha num ápice na construção do caos; imagem flutuante do Cego, mágico pernoitar da eternidade no amadurecido néctar da captação insaciável. Em tudo isto todos os Cegos fazem seu rendilhado esboço.
Cego não vê; Cego semeia, rega, colhe a Alma…
