"Ò minha senhora...Ò minha senhora...é um menino nao é?"
Aglomerar o clandestino passageiro
Arrumado na comoção do desfiladeiro;
Pernoito a ouvir a paródia do gesto
A desterrar a fúria do relento...
Furto o corredor da inquietude
Escavando o cego território;
Eclodir ou esbanjar o nevoeiro?!
Vestir os trapos do esquecimento...
Amanheço o deserto madrugador
Timoneiro da rede, saqueador da sede
Cobiço o silêncio num infame túnel.
Resquícios da sombra esfaqueada...
Parei a minha escrita, um homem senta-se ao meu lado (87 anos) e diz-me os seguintes versos:
Diz-me lá ao cantadeira...
Que te prezas de saber
Onde estavas tu metida
E antes do teu pai nascer
Se fores uma cantadeira afamada
Deves-me já saber responder...
Minha mãe foi regateira
Vendia melões na praça
Se eu sou corno, tu és puta
Somos todos da mesma raça
Ele sai em Ovar, e eu sigo no comboio para o Porto.
Aglomerar o clandestino passageiro
Arrumado na comoção do desfiladeiro;
Pernoito a ouvir a paródia do gesto
A desterrar a fúria do relento...
Furto o corredor da inquietude
Escavando o cego território;
Eclodir ou esbanjar o nevoeiro?!
Vestir os trapos do esquecimento...
Amanheço o deserto madrugador
Timoneiro da rede, saqueador da sede
Cobiço o silêncio num infame túnel.
Resquícios da sombra esfaqueada...
Parei a minha escrita, um homem senta-se ao meu lado (87 anos) e diz-me os seguintes versos:
Diz-me lá ao cantadeira...
Que te prezas de saber
Onde estavas tu metida
E antes do teu pai nascer
Se fores uma cantadeira afamada
Deves-me já saber responder...
Minha mãe foi regateira
Vendia melões na praça
Se eu sou corno, tu és puta
Somos todos da mesma raça
Ele sai em Ovar, e eu sigo no comboio para o Porto.
