Thursday, June 19, 2008

Difusa Lua

Raramente a Lua olha no espelho de mim. O reflexo do permanecer geme num esconderijo que não aguento; um aflito vazio de coisas cheias. São cadeiras esfumadas do desejo encontrado, tocado nos encontros não celebrados. Pego no interior duma divagação, quente ardor do enlouquecido, pauta vaga de notas opacas de transparência. Escrevo para não escutar o silêncio. Escrevo para o requinte dos meus lábios.
Irei embora sem perguntar às janelas a causa de estarem fechadas. Partirei sem o tempo ter masturbado com a vontade as chamas. As cordas repletas da força das exclamações. A chuva de fumo descai no vento. Anoiteço no desespero...
Existe a folha em branco, olhos cruzados de sensações, fogo guardado do talento mágico. Múltiplas acções encontradas na imaginação, no puro vinho que escorre num corpo mutilado. As ideias mergulham a respingar nas paredes dum poço cheio de silvas. És a criação da fuga, a culminar um excerto. Transplante da Alma, transplante do Corpo. Um voar destinado a “melodiar” as orações. A hora difusa da fé...

4 comments:

Twlwyth said...

Hora iluminada pelo silêncio que ouvi nestas tuas palavras.

DarkViolet said...

Twlwyth:

O silêncio áspero que a Lua mergulha, olvidando se aquecer nela, nessa necessidade

MagnetikMoon said...

Um naufragar destilado em "saint hell"!!!...

DarkViolet said...

MagnetikMoon:

Que o inferno acolhe as boas Almas eheheheh