O vestido estava coberto de galhos, gotas feitas de estrelas que agasalhavam os rostos do passado. Tudo moldado com a cobertura da Primavera a tecer a teia dos espaços estendidos, silhuetas enlaçadas.
A natureza mantém-se intacta, com as nervuras nas cascas dos caminhos. A mobilidade do vento faz os movimentos sensuais transbordar de prazer ao toque subterrâneo. Pé atrás de pé no dorso da terra ardente, de chuva coberta.
Quando os riachos eram elaborados com o orvalho da manhã o tempo passava devagar ao som dos grilos nas árduas tarefas dos chapéus. A lenha estalava debaixo dos pés pelo trilho aberto nos montes, fogo vagaroso que o manto clama. As pedras dispostas nas paredes aninham-se umas às outras ouvindo o piar dos pássaros, leito das giestas, ardor. Tudo se funde na harmonia, no despertar dos aromas misturados. O som da água a escorrer, compasso da tranquilidade a gemer o seu encanto. Destilar arvore despidas, dedilhar as ervas verdes, a brisa soletra notas que as aves acolhem na sua melodia única. A terra molhada ferve de pujança a adornar os raios de sol, envolvendo os carrascos, a cobertura das sombra a pintar o tempo. O estado selvagem da natureza brota com energia abrindo poços aos poços, deixando transparecer a sua fecundidade, como no passado, somente a ausência dos Seres, dos avós, presentes no carinho dos céus.
A natureza mantém-se intacta, com as nervuras nas cascas dos caminhos. A mobilidade do vento faz os movimentos sensuais transbordar de prazer ao toque subterrâneo. Pé atrás de pé no dorso da terra ardente, de chuva coberta.
Quando os riachos eram elaborados com o orvalho da manhã o tempo passava devagar ao som dos grilos nas árduas tarefas dos chapéus. A lenha estalava debaixo dos pés pelo trilho aberto nos montes, fogo vagaroso que o manto clama. As pedras dispostas nas paredes aninham-se umas às outras ouvindo o piar dos pássaros, leito das giestas, ardor. Tudo se funde na harmonia, no despertar dos aromas misturados. O som da água a escorrer, compasso da tranquilidade a gemer o seu encanto. Destilar arvore despidas, dedilhar as ervas verdes, a brisa soletra notas que as aves acolhem na sua melodia única. A terra molhada ferve de pujança a adornar os raios de sol, envolvendo os carrascos, a cobertura das sombra a pintar o tempo. O estado selvagem da natureza brota com energia abrindo poços aos poços, deixando transparecer a sua fecundidade, como no passado, somente a ausência dos Seres, dos avós, presentes no carinho dos céus.
5 comments:
"Tudo se funde na harmonia, no despertar dos aromas misturados".
É impossível descrever por palavras o que acabas de escrever. Esta simplesmente lindo...Beijinho
(as fotos estão lindissimas)
Fatima
tão pouco....e tanta coisa ao mesmo tempo!
Há sítios que não têm preço!
abraço
... há sítios que desplotam em nós afectos esparsos nas palavras e um olhar introspectivo sobre a paisagem se derrama! Exuberante!
A primeira fotografia encanta-me! O horizonte por companhia...
Neste dia, 'Dia da Terra' não poderias melhor cantá-la!
...e assim me transformei, na personagem principal desta tua narrativa :-)
Olhar Meu:
As fotos tem o sentido das palavras. A expressão do dualismo da arte nos seus contornos pintados. Obrigada
Gothicum:
Há sítios que fazem parte do Ser. E esses é um deles. Caminha-se pela vida, e ela faz com que os locais sejam o íntimo perfume dos trilhos da Alma.
Miosotis:
Tudo se mistura. Vê-se o que nao lá está mas está lá. Uma questão de crença ou de ser assim porque o é.
O da primeira foto é um espaço admirável. Belo sítio para observar a manhã nascer. A envolvência tb é admirável mas nao dá para captar tudo numa foto
Lúcia Machado:
Entrar em paisagens e sensações é uma parte extonteante da leitura. Dá à imaginação o cesto de aromas
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