Tuesday, January 23, 2007

Surdas Mãos

Encosto pedaços tremidos da colmeia
Em eternos enterros precoces
Teço a teia na escuridão
Enquanto sequestro a surda palavra

Momentos únicos à margem
Segmentos rondam a viagem
As velas da noite assombram o tormento

Imaginei o esqueleto das pétalas
na nota duma nuvem
Salpiquei pedras nos rabiscos
duma folha de carvão
Pintei pontes em grutas
Nasci na âncora dum filamento

Sopra o esboço das lagoas
Esvoaça a cor sem mãos


5 comments:

Anonymous said...

'Enquanto sequestro a surda palavra' - acho esta imagem linda!

Tens uma forma bonita de expressar certos conceitos e sentimentos, embora busques muito analogias ultra-românticas [culto de necrofilia].

Mt sensibilizada pela palavras de raros sentires poisados em meu espaço!
bjs

Anonymous said...

As mãos (tuas) têm mesmo de ter olhos, para escreveres assim!
Os meus olhos têm mesmo de ter mãos para palpar as formas e texturas do sentido de tal poema.
Eis um instante feito de prazer.
Abraço.

susana said...

Voltaste de novo ao género mais abstracto. Gostei principalmente" pintei pontes em grutas", (era bom que fosse verdade, mas acho que o fazes ao contrário.....)eheh!Levas a escuridão,a onde há Sol!As grutas são sítios húmidos e escuros e as pontes são saídas para a luz...Vê se encontras a tua ponte!
beijos

Anonymous said...

Olá amigo!
Vejo que o teu blog está marcado pela poesia. Por curiosidade: porquê a poesia? Pelo seu poder encantatório?
Um abraço e fica desde logo a saber que terás um novo visitante dos teus blogs... "Quem eu sou?" O teu amigo madeirense.

DarkViolet said...

Miosotis:

necrofilia?! estou enfeitiçado por estrelas cadentes :)


A gerência:

Sequestros de prazeres que palpitam



missixty2000:

É dificil pintar o real?
Nessas misturas encontra-se novos caminhos.


Anonymous :


És um leitor que vale a pena guardar no coração pelas muitas experiências trocadas entre nós. O encanto existe sempre em criar telas a pingar sentimentos.