Friday, March 30, 2007

Ultimado

Encontro raios...
Encontro a insanidade...

Decorar as vestes, desperta os feitiços.
Gota calcada no linho...
Gota sem interesse no vinho...
Adormecer por dentro; por fora a velejar.

Galopar a deslocação sobre o mar
Salienta a vivência acorrentada...
Exilado, o receio fica na prisão.
O carrinho, o silêncio...

Enganado pelas arestas, o beijo fica imóvel.
Rasgo a viagem,
A flexibilidade ocorre sem naturalidade....
Amargurado na imobilidade...

As imagens ficam ausentes...
Parto de mim, sem partir de mim...

Ultimado...

Monday, March 26, 2007

O romance do baloiço...

Girar as correntes em torno do reflexo pendular soa a silêncio provocado pelos galhos nus do som do Inverno. Baloiço a tormenta do corpo num ritmo incendiário, na falha de não ouvir os raios lunares para riscarem a Alma – tropeço no vazio. Segurar as rédeas do soluço faz recuar o eco até às infinitas estrelas suspensas. Movimentos oscilatórios da invencibilidade tornam os sentimentos cordilheiras de barcos a navegar no pêndulo. Danço nas mãos, no imaginário duma criança a brincar num baloiço... O romance...


Tuesday, March 20, 2007

Carta

Caríssimo DarkViolet,

Venho comunicar-lhe ao sabor do vento que espeta os devaneios, os seus círculos amargos são tempero do granizo. Isto foi-me comunicado quando estava a engolir as ervilhas, uma por uma. Pode parecer-lhe algo doentio, mas cada uma delas tem uma expressão única, e além de ser única transmite mensagens de uma dimensão que não pode ser tocada por seres normais. Quando falo normal é no contexto dos seres que andam a deambular sempre da mesma forma. Uma média sem sentido nenhum, que se usa na normalização para deixar as pessoas na mesma caixa, e as outras em sítios que não façam ruído para os restantes. Após esta breve explicação de onde provém a comunicação vou passar à restante informação.
O granizo está a perfurar as rodas do tempo que tanto fale. Não deixa de ser verdade que andar com rodas furadas pode fazer com que o ruído seja uma melodia interessante. Neste caso faz-me comichão aos meus tremores. Quanto à amargura, o realismo deixa a bailar até à ponta de unhas não pintadas, a mostrar as tripas dos infiéis.
Não vou estar a divagar muito porque como sabe isso compete à sua pessoa. Embeleza demasiado a pureza que vai dentro da sua Alma, por isso prevejo nos seus olhos um corpo a espalhar pétalas aos amantes de outros seres. Queria apresentar a sua auto estima à loucura, a sua mente ao rio, e aí o seu sonho seria realizado. Eu sei qual é a sua maior fantasia. Sei sim. Apesar de nunca o dizer sei o que vai no baú de teias de aranhas. O silêncio mata-o Não uma morte qualquer, mas sim uma morte com um sorriso. Tudo passou a ser estatística na qual compete a si a modificação daquilo que não pode modificar.
Vou de encontro a si para lhe arrancar o coração. Não pergunte como o vou fazer, somente deixe que seja posto num caixão de gelo. Aí estará seguro... Por enquanto não tenho mais nada a registar por isso irei à sua procura. Sabe que não poderá escapar. Sabe disso não sabe?...Hummmmmm...

Comprimentos melancólicos,

Assinatura: DarkViolet
P.S.: Só mais uma informação...Os Type O Negative vão estar no Coliseu dos Recreios no dia 27 de Junho...Está pessimista ou "DEAD AGAIN"...

Sunday, March 18, 2007

Cogumelos

Por dentro das roupas secas encontra-se a pele molhada a chamar o fervilhar tremido dos socalcos coloridos. O gesto tranquilo eleva a melodia à superstição do ser iletrado ao simples isolamento do mato. Na terra utópica, escondida na teoria do longínquo, a sabedoria toca os pormenores erguendo a subtileza à magia do sorriso. Há seres que são transpostos para dias que aquecem, enquanto a minha mente pinta outros órgãos. A geometria corteja os cogumelos num passo a perguntar onde se encontra o compasso.

Tuesday, March 13, 2007

Corvus Corax

Há melodias que nos tocam no fundo da Alma sem nos apercebermos. Seja devido à frequência do que eles estão afinados ou à relação batimento do coração com a música que se está a ouvir (entre outras razões). Às vezes acreditámos que não pertencemos ao tempo que se está inserido, nem muito menos ao espaço. O tempo-espaço entra em luta com o nosso interior e só queremos fazer viajar o nosso corpo junto com a Alma para a outra dimensão. A música é uma dessas vias, e esta banda transporta-me para essa dimensão.

Deixo o site da banda: http://www.corvuscorax.de
Gostei especialmente a oportunidade de poder ouvir o som de alguns instrumentos utilizados. Vão a “Music”=>”instruments”.


Saturday, March 10, 2007

Ribeira

Tenho o peito ao vento quente que me atiça a suavidade. As folhas começam a sair, as flores das camélias estão com as cores na direcção dos raios, o crescimento ocorre. O sol entra forte no fim do Inverno, e tudo gira em torno dos sons épicos. O movimento do nu fascina o olhar. Tenho que encontrar uma ribeira para me banhar e colocar a melodia a fervilhar…Uma ferida selvagem num espaço desconhecido…É isso que vou procurar…

Friday, March 09, 2007

Dark Clown

A todas as pessoas que adoram
sentido de humor,
um fim de semana
no circo humano
cheio de palhaçadas
LOL

Thursday, March 08, 2007

Vendaval

A caixa escondida atrás do vendaval percorre o pó dos vitrais, na neblina, no trânsito de pés, nos altares das virgens, por vezes na miragem dos chapéus-de-chuva.


Fixo o gelo das folhas;
O gemido terno sai profundo
Em escolha de folhas geladas...
Sacrifico o som, tom, dom...
Abro a sepultura da inocência.
Varro o céu da clemência.
Navego num caixão aberto,
Acompanhado por um fio de pedras;
Subo ao patamar das portas fechadas
A plantar flores somente para mim.
Nas escarpas enroladas
A maré decora o manto da chuva...

Monday, March 05, 2007

Pequenas Maravilhas

  • Adormecer no colo da Lua.
  • Chuva miudinha a resvalar no rosto.
  • Escorrer os pés nas ruas silenciosas.
  • Incendiar as brasas.
  • Ouvir os ramos despidos num cemitério.
  • Tocar a fogueira com o olhar.
  • Vento a orvalhar o cabelo.

Saturday, March 03, 2007

S I L Ê N C IO

Friday, March 02, 2007

Moon Tear

Olhei o reflexo do meu fantasma...
A transparência toca o céu;
Partilho o odor comigo...
Escuto as ondas do mar
A borbulhar no ouvido
Colocando a Lua
A baloiçar no colo...
As lágrimas caem no meu rosto...
É sempre inevitável...

Thursday, March 01, 2007

Doce Demónio

Agora és livre doce Demónio. As correntes da sensibilidade estão cheias de ferrugem e os sentimentos encontram-se afundados em poços sem fundos. Assim não tens que te preocupar em embelezar pérolas de melodias. Soa que isso te sufoca, não é?!­Deixa essa tua realidade de lado, não é isso que as pessoas querem encontrar, muito menos aquilo que poderão fantasiar num mundo de ilusões. As metáforas são difíceis de descodificar, o labirinto sem entroncamentos, o perfume com essências que deambulam com o vento onde encontram ruelas demasiado afuniladas. Os inexplicáveis contornos sentimentais que flúem na rapidez dos segundos são o massacre da memória, por isso és livre neste mundo “civilizado”. Vai dilacerar a tua Alma...