Roteiros de números desregulados na veste negra duma saudade, a jarra isolada da madrugada. Sorrisos das lentes captam as silhuetas das gotas, dos perfis que regozijam com a memória do país, a infiltração do compasso regado com a ampulheta das germinações. O nexo chega perto da irregularidade dos pés caçadores das mãos, do rosto esbugalhado de labirintos esculpidos no puro caminhar. O nó calça a memória na nota despida, a timidez aprisionada na sepultura das escritas, romance abraçado pela linha da espada, mão da paixão.
Tuesday, March 31, 2009
Friday, March 27, 2009
Pássaros de Flores
Desfrutar os olhos, salpicar o dorso da frescura:
As cores semeiam a Primavera, adornam as pétalas a descair odores. O gemido dos pássaros canta a energia a brotar da terra, levando sonhos aos corações dos céus. Portas abertas aos raios, ao equilíbrio da noite com o dia superam a criação no pigmento das correntes dos trilhos. A leveza do vento toca os trovões extensos, arco-íris plantados no horizonte, arcos brandos de assobios catapultando viagens de remoinhos. Assim meu Ser saboreia a estação das flores, pintar os cabelos na palma da mão.
As cores semeiam a Primavera, adornam as pétalas a descair odores. O gemido dos pássaros canta a energia a brotar da terra, levando sonhos aos corações dos céus. Portas abertas aos raios, ao equilíbrio da noite com o dia superam a criação no pigmento das correntes dos trilhos. A leveza do vento toca os trovões extensos, arco-íris plantados no horizonte, arcos brandos de assobios catapultando viagens de remoinhos. Assim meu Ser saboreia a estação das flores, pintar os cabelos na palma da mão.
Monday, March 23, 2009
Coimbra V
Havia desassossego no leito da Alma, cana infiltrada em cearas desbravadas com o sopro dos gigantes. Lençóis pintados com o sabor da tela de frutas, rostos acolhidos na suavidade de melhorias sentidas, uma eleição desejada de silêncio. Gritos espessados de correrias, viagem ilimitada do tempo nivelada pelo coberto lenço encapuçado. Não paro quieto no agitar das lamentações, entrelaço os raios assustadores e debruço o abismo no paraíso, voo acima das copas, rasgo as curvas no limite das flechas. Notas flutuantes de ardor. Ilhas de raízes a regarem os sentidos dos dúbios momentos.
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Psiquiatria. Jardim botânico
Thursday, March 19, 2009
Coimbra IV
Mágoa sentida na espessura da face chega perto das pétalas orvalhadas. Corpo presente na densidade espessa das cancelas sussurra trilhos colocados na muralha ardente da pele. Cabeças roladas na água de suspiros, cortadas em lamentos proporcionais ao gemido de um gemido. Brota um funil para o sossego da melodia das rochas sinfónicas, cálice energético a desaguar no repouso, ferver o centro da respiração, bruma de luares a amanhecer a agitação permanente da nota rendida ao reencontro. Labirinto esculpido, coração formado no pulsar da mão…
Sunday, March 15, 2009
Coimbra III
Caminhos torturantes de calor chegam perto dos banquetes dos lagos, víboras sem capuz montadas em carroças de viagens enlaçadas. O xaile das linhas controversas enrosca-se nas apertadas vielas, santuário das fontes a chorar decapitados golpes. A esperança montada nos arcos das cantigas. A sombra comporta-se como luz, penetra descaídas plataformas, soletra a respiração na nota imaginária do rendilhado, voa além do som imaginário.
Wednesday, March 11, 2009
Tuesday, March 10, 2009
Coimbra II
Recortes rendilhados, agarrados aos suspiros das esquinas sobrevoam a cidade, a dor dilacerada acomoda-se ao vento tocando a sinfonia dos pés. Ritual acariciado com brandura, dança a borbulhar envolvendo pedidos de verdejantes galhos, assim os pedaços da Primavera envolvem o Ser. Rasgo que sobe nos olhos, deixa a marca sublime das folhagens em alergia, doce toque cantado com o ardor dos pés. Janelas de vielas espalham mistura na dança dos olhos, remoinho a tremer a luz.
Saturday, March 07, 2009
Coimbra I
A natureza saboreia o rio com a corrente a desaguar nas pontes. Fluidez rasgada com a Alma a chegar perto das fracturas, das calmas casas a espreitar os raios solares, da leveza da encosta virada para o céu. Calmo o manto deixa esvoaçar as aves no seu pousio, regando as tímidas cores. Toque a vislumbrar o horizonte, o descampado corredor recolhido aberto ao transbordar profundo do infinito.
Wednesday, March 04, 2009
Antonin Artaud
"Não se deve deixar que as resistências de uns, a incredulidade de outros e sobretudo o medo das reacções do público nos façam renunciar À ideia que tivemos, nem nos impeçam de extrair o máximo dela. "
"Se existe ainda alguma coisa infernal e verdadeiramente maldita nestes tempos, é o deter-se artisticamente sobre as formas, em vez de agir como os suplicados que são levados ao fogo e que abençoam suas fogueiras. "
"Tudo treme, geme, como se fosse uma vitrina anormalmente abarrotada. Uma paisagem que presente a tempestade chegar; objectos, músicas, fazendas, trajes perdidos, sombras de cavalos selvagens passam no ar como meteoros longínquos, como o raio sobre o horizonte repleto de miragens, como o vento que se inclina, veemente, aos rés do solo num clarão precursor da chuva e dos seres."
"E no entanto, com a sua violência absurda, seu olhar perdido e seu quase indisfarçável furor, ele nos transporta par além do bem e do mal, até um deserto onde a sede do sangue nos queima."
Morre em Ivry, no dia 4 de Março de 1948, Antonin Artaud
Monday, March 02, 2009
"Sacrifício"
O som dos pequenos bosques germina o cantarolar do lago isolado. Enroladas músicas da solidão espalhada desdobram os olhos cruzados com o vento a bater sossegadamente no tempo. Escolher o labirinto insano de regar o seco “pé” cortado, excluído do interior devastado. O contemplar das chamas toca a simplicidade do pó, resquícios da loucura do último suspiro vagaroso, da corda de remoinhos a calçar a vastidão terminal das gerações. Correr, deambular...
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