Quando irrompe os passos pelos corredores, será que irá trovejar as tarefas? Duvido muito que tal aconteça, sendo a conduta profissional algo de valor pouco espremido, de um toque do qual provém do esforço somente de olhar para as horas de saída, parco da vontade de ajuda daqueles que necessitam de cuidados, muito menos daqueles que procuram exprimir um relatório ou um acto em falta.
“Eu sair do meu lugar no autocarro para dar lugar a um velhote? Nem pensar!!!” Funcionária Auxiliar do HGSA
É difícil o mergulho no sistema hospitalar e não verificar como a lentidão funciona tão bem. Consultas que são a uma hora certa, atrasam pelo menos 3 horas!!! Será que terão a brilhante ideia de colocarem 20 pessoas à mesma hora, e essas 20 serem atendidas nessa exacta hora?! A mim parece-me que é isso que acontece. Quando se pede para falar com um médico, só se é atendido 3 horas depois, e nem uma desculpa pelo atraso, e ainda conversa a rir perante a pessoa que espera uma mínima justificação pelo atraso, será isso eticamente duma pessoa com educação? Perante uma pré-operação não sabem comunicar como estão a pensar fazer a operação, mas não se esquecem de passar imediatamente o papel de responsabilidade a nível da questão da anestesia para ser logo assinado. Se a operação correr mal já sabem como se defender, e como palavras ditas no ar ninguém as pode provar… Devia sim ser registado tudo o que é comunicado, ou não comunicado.
“ A enfermeira vai tirar o sangue, com o rosto bem pintado, tom vermelho carregado nos lábios. Aperta no braço do paciente uma luva para estagnar o sangue. Falha duas vezes a veia, a terceira acerta deixando a bolha na pele. Vai embora a dizer que já volta com uns pensos. Deixa tudo espalhado pela mesa, nenhum cuidado em limpar, pequenas gotas de sangue espalhadas, a luva apertada no braço... Passam 20 minutos e tenta-se verificar onde estará a enfermeira pintada. Ela no gabinete a brincar no computador e a olhar para a televisão:
-Desculpe. Não se importa de ir por os pensos? -enfermeira”Enfermeira do HGSA
Tanta coisa mal feita, mas algo que continua a confundir é que ninguém sabe nada fora das suas competências. Se perguntar como se faz uma cama a uma enfermeira, ela não sabe. Se perguntar à enfermeira que género de operação existe em oftalmologia, sendo enfermeira nessa zona, diz logo que isso é competência do médico. Se perguntar ao médico onde são a ambulâncias, nunca as viu por isso não sabe. Agora quando acontece isto, eu tenho que ficar ainda mais pasmado:
“A médica fala com a enfermeira. Depois o paciente pergunta à enfermeira sobre entregar relatórios antes do internamento, do qual ela diz que não é competência dela. Ela consegue pensar um pouco e diz o seguinte comentário:
-Sim é comigo que tem que dizer esse tipo de coisas, mas mais tarde, brevemente.
Não vale a pena dizer que esse brevemente demorou 3 horas”
Nada mais correcto do que esperar junto ao gabinete das enfermeiras e verificar o que acontece por lá. Discute-se a capa da playboy Portuguesa, a votação do concurso de cães, se o telemóvel tem o cartão a funcionar bem ou mal, se na novela Y o que terá acontecido… Enquanto os pacientes se entregam às dores, sem uma justificação de como podem ser acalmadas.
Não entendo a educação de certas pessoas. Alguém trata alguém por querida ou querido se não conhece a pessoa? Há enfermeiras que tratam, mesmo tendo ao seu dispor documentos dos quais podem saber a identificação das pessoas. Existem funções que as enfermeiras deveriam saber, e a igualdade de tratamentos esquecem. As pessoas não estão internadas porque querem, mas sim devido a precisarem. Se não houvesse doentes, não havia hospitais e os resultados que traria para a classe operária lá existente. E a pergunta legitima, é porque essa classe operária hospitalar se acha superior ao doente que precisa de cuidados?
Teria muito mais para relatar, deixando uma nota: existe sim alguns bons funcionários no HGSA no sector de oftalmologia, a maioria deles é de uma insensibilidade atroz com lacunas de má educação, falta de respeito pelo próximo e pelo seu dever de profissão.
P.S.: Quem alguma vez for internato no Hospital Geral de Santo António (HGSA) no sector de oftalmologia não lhe darão água engarrafada, e dirão ao paciente na sua maneira tradicional para se dirigir à torneira mais próxima. Facultam um copito. Claro se o paciente tiver a delicadeza de perguntar se tem agua disponível, se não o fizer terá que descobrir pela seca que os lábios terão ou da solidariedade das outras pessoas internadas… É natural ouvir uma animada conversa dentro de qualquer gabinete, e neles terem ventoinhas para os funcionários enquanto na sala de espera não existe nada para regular a temperatura. A diferença é que nesses gabinetes terá no máximo 3 / 4pessoas, enquanto na sala de espera umas 50 ou mais…
Se por acaso alguém for fazer lá uma operação com um médico X, não quer dizer que não seja o médico Y a fazer, e o médico Z a ter feito a consulta antes da operação. Tal aconteceu, tal acontece, tal acontecerá. Agora é preciso ter fé que os médicos saibam documentar, ler e interpretar relatórios. Uma justificação de escreverem de forma tão ilegível será para que outros médicos não reconheçam o que está escrito? Provavelmente, nunca se sabe…