Thursday, May 28, 2009

Galopar Labirintos

Sons galopantes despidos
Cortam a verdura,
Parados a esburacar as saliências,
Regelados a cantarolar o pingar.

Sinopse das folhagens augura
Veias do destino,
Sempre a olvidar a leveza
Dos pássaros entretidos

Transparência opaca oprime o esquecimento na medida incerta dum desvio irregular provocado nos limites sombreados das esquinas encurtadas. É preciso passear com o teatro das imagens pendurado na imaginação, estabelecer o labirinto aberto ao desconhecido.

Saturday, May 23, 2009

Hospital Geral de Santo António - Oftalmologia -Porto

Quando irrompe os passos pelos corredores, será que irá trovejar as tarefas? Duvido muito que tal aconteça, sendo a conduta profissional algo de valor pouco espremido, de um toque do qual provém do esforço somente de olhar para as horas de saída, parco da vontade de ajuda daqueles que necessitam de cuidados, muito menos daqueles que procuram exprimir um relatório ou um acto em falta.

“Eu sair do meu lugar no autocarro para dar lugar a um velhote? Nem pensar!!!” Funcionária Auxiliar do HGSA

É difícil o mergulho no sistema hospitalar e não verificar como a lentidão funciona tão bem. Consultas que são a uma hora certa, atrasam pelo menos 3 horas!!! Será que terão a brilhante ideia de colocarem 20 pessoas à mesma hora, e essas 20 serem atendidas nessa exacta hora?! A mim parece-me que é isso que acontece. Quando se pede para falar com um médico, só se é atendido 3 horas depois, e nem uma desculpa pelo atraso, e ainda conversa a rir perante a pessoa que espera uma mínima justificação pelo atraso, será isso eticamente duma pessoa com educação? Perante uma pré-operação não sabem comunicar como estão a pensar fazer a operação, mas não se esquecem de passar imediatamente o papel de responsabilidade a nível da questão da anestesia para ser logo assinado. Se a operação correr mal já sabem como se defender, e como palavras ditas no ar ninguém as pode provar… Devia sim ser registado tudo o que é comunicado, ou não comunicado.

“ A enfermeira vai tirar o sangue, com o rosto bem pintado, tom vermelho carregado nos lábios. Aperta no braço do paciente uma luva para estagnar o sangue. Falha duas vezes a veia, a terceira acerta deixando a bolha na pele. Vai embora a dizer que já volta com uns pensos. Deixa tudo espalhado pela mesa, nenhum cuidado em limpar, pequenas gotas de sangue espalhadas, a luva apertada no braço... Passam 20 minutos e tenta-se verificar onde estará a enfermeira pintada. Ela no gabinete a brincar no computador e a olhar para a televisão:
-Desculpe. Não se importa de ir por os pensos? -enfermeira”Enfermeira do HGSA

Tanta coisa mal feita, mas algo que continua a confundir é que ninguém sabe nada fora das suas competências. Se perguntar como se faz uma cama a uma enfermeira, ela não sabe. Se perguntar à enfermeira que género de operação existe em oftalmologia, sendo enfermeira nessa zona, diz logo que isso é competência do médico. Se perguntar ao médico onde são a ambulâncias, nunca as viu por isso não sabe. Agora quando acontece isto, eu tenho que ficar ainda mais pasmado:

“A médica fala com a enfermeira. Depois o paciente pergunta à enfermeira sobre entregar relatórios antes do internamento, do qual ela diz que não é competência dela. Ela consegue pensar um pouco e diz o seguinte comentário:
-Sim é comigo que tem que dizer esse tipo de coisas, mas mais tarde, brevemente.
Não vale a pena dizer que esse brevemente demorou 3 horas”

Nada mais correcto do que esperar junto ao gabinete das enfermeiras e verificar o que acontece por lá. Discute-se a capa da playboy Portuguesa, a votação do concurso de cães, se o telemóvel tem o cartão a funcionar bem ou mal, se na novela Y o que terá acontecido… Enquanto os pacientes se entregam às dores, sem uma justificação de como podem ser acalmadas.

Não entendo a educação de certas pessoas. Alguém trata alguém por querida ou querido se não conhece a pessoa? Há enfermeiras que tratam, mesmo tendo ao seu dispor documentos dos quais podem saber a identificação das pessoas. Existem funções que as enfermeiras deveriam saber, e a igualdade de tratamentos esquecem. As pessoas não estão internadas porque querem, mas sim devido a precisarem. Se não houvesse doentes, não havia hospitais e os resultados que traria para a classe operária lá existente. E a pergunta legitima, é porque essa classe operária hospitalar se acha superior ao doente que precisa de cuidados?

Teria muito mais para relatar, deixando uma nota: existe sim alguns bons funcionários no HGSA no sector de oftalmologia, a maioria deles é de uma insensibilidade atroz com lacunas de má educação, falta de respeito pelo próximo e pelo seu dever de profissão.

P.S.: Quem alguma vez for internato no Hospital Geral de Santo António (HGSA) no sector de oftalmologia não lhe darão água engarrafada, e dirão ao paciente na sua maneira tradicional para se dirigir à torneira mais próxima. Facultam um copito. Claro se o paciente tiver a delicadeza de perguntar se tem agua disponível, se não o fizer terá que descobrir pela seca que os lábios terão ou da solidariedade das outras pessoas internadas… É natural ouvir uma animada conversa dentro de qualquer gabinete, e neles terem ventoinhas para os funcionários enquanto na sala de espera não existe nada para regular a temperatura. A diferença é que nesses gabinetes terá no máximo 3 / 4pessoas, enquanto na sala de espera umas 50 ou mais…
Se por acaso alguém for fazer lá uma operação com um médico X, não quer dizer que não seja o médico Y a fazer, e o médico Z a ter feito a consulta antes da operação. Tal aconteceu, tal acontece, tal acontecerá. Agora é preciso ter fé que os médicos saibam documentar, ler e interpretar relatórios. Uma justificação de escreverem de forma tão ilegível será para que outros médicos não reconheçam o que está escrito? Provavelmente, nunca se sabe…

Monday, May 18, 2009

Festival da eurovisão 2009

Ouço por tradição, ouço se calhar para visualizar os diferentes países a desfilar, ou talvez por haver uma “competição” que de “competição” justa pouco terá. Uma análise pouco cuidada das votações e chega-se à conclusão que muito dos votos é por simpatias históricas. À parte das votações, adoro ouvir as canções cantadas na língua original de cada país, a envolvência global num único palco, cores entrelaçadas com o contágio das roupas; quando essas tiverem o bom-tom de acrescentar algo à cultura do país em questão, que para ver gente despida prefiro outros canais.
Os violinos tocam, eu escolho:

1-Finlândia
2-Noruega
3-Estónia

Resultado:

1-Noruega
2-Islândia
3-Azerbeijão
6-Estónia
Último……Finlândia….
Nesta brincadeira anual, este ano estive muito mais perto do resultado final, aliás acertei no primeiro lugar da Finlândia somente devia ter pensado com a tabela virada ao contrário, como o segundo é o primeiro dos últimos a Noruega ficou na posição que seleccionei, enquanto a Estónia voou com os violoncelos.

Thursday, May 14, 2009

Alegria

Tanta alegria nos sorrisos, tanta alegria nas mãos, tanta e tanta maresia nos olhares. Cativar a vontade com aspiração, abrir o coração ao vento, num apocalitico resguardo ficar no entreter das palavras. Quando se encontra o desassossego, o risco da trovoada requer o guarda chuva feito de folhas, calmo deslizar do caos.

Saturday, May 09, 2009


Donde está a Lua?

Thursday, May 07, 2009

Folhas Embriagadas

A dança dos trovões incendeia os silêncios, pequena escorregadela de vento sobre a crista da onda, silhuetas inflamadas de arpões fazem com que as dobradiças soletrem cada passo da entrada, vagaroso tempo rasgando o intempestivo desdobrar da leveza. O som propaga-se aos trambolhões, escavando o murmúrio dos vitrais, encostando os dedos estalados à ventania das esquinas. São sussurros flutuantes como mantas rendilhadas de frescura, repletos de paisagens esboçadas com veludos. Enquanto o Sino embriagado chamusca as folhas, irrompe dentro delas o suspiro.

Monday, May 04, 2009

Atmosfera Nublada

Idolatrar o nome “desconhecido” provoca no Ser o embaraço do contágio. Daquele abraço que toca o enigma, inferno temperado em pedaços de licor, escorregar no remoinho é o permanente olhar. Existe o isolado trilho, corredor de chamas metafóricas, tudo misturado num apocalíptico jardim de espelhos flagelados de carícias. Quando o jazigo geme, o Ser treme de frescura, imóvel levitar das sensações.

Saturday, May 02, 2009

Silhueta

Esbocei um riso melancólico na face do enigma, um desalinhamento obscuro de pés calcados de pincéis dóceis. Levantou-se a poeira dentro dos olhos, rabisco envolto na camada mais pura do subsolo, as silhuetas gemem, as notas badalam a Alma numa percussão perfumada…