O terminal da exaustão perturba as cinzas, perfurar o espaço vazio, escava sepulturas. A erupção catapulta um cemitério no desespero da sobrevivência. Não desgosto de vaguear pelas ruínas, ou de entranhar as vivências. Cada fragmento absorvido pinga, cada grito ainda se ouve pelas ruas de pedra, pelos edifícios desmembrados da sua protecção. O silêncio a silenciar-se, a fuga que se torna impossível, o destino a cumprir um soterramento da Alma dum povo. Esta tela pintada com cinzas lubrifica o terror, um tempo antigo, mas o que me deixa perplexo é como se pode esquecer de uma terra por 1600 anos e dos seus habitantes? A humanidade por vezes esquece os seus para não deixar ser amaldiçoado pelo pânico interno.
Ficaram as estátuas a carbonizar o tempo, corpos mumificados que rezam pela salvação, numa mobilidade que rasga a vertigem num descanso interminável.
POMPEIA
Ficaram as estátuas a carbonizar o tempo, corpos mumificados que rezam pela salvação, numa mobilidade que rasga a vertigem num descanso interminável.
2 comments:
Vestígios e corpos carbonizados de um tempo passado, mas será que isso aconteceu mesmo no passado? Será que o homem, ainda vivo na sua sanha assassina não estará ainda a "fabricar" suas vítimas?
Gostaria de refletir mais sobre tudo que nos deixa aqui, amigo...gostaria.
Criatividade em teu final de semana não faltará, Darkviolet...
Ficam as cinzas a atiçar as coinsciências...
:)*
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