A ponte que acaba no rio, que se afunda no abismo, recolhe as queimaduras do inferno. Ponho as folhas secas que sobram da arca no cabelo, consagro a moldura de um boneco de neve e espeto-lhe a navalha de sangue nos seus pecados. Escore o sangue cheio de veneno para suavizar a sede do poder dos cegos. Cavo uma sepultura de neve, enterro-me num repouso ardente. Permaneço o peregrino de unhas negras que germina no frio da Alma ancorada ao trilho amaldiçoado dos galhos dispersos. Lapidar o corpo perante o destino, banquete estendido para jamais ser extinto pelos homens.
3 comments:
"Lapidar o corpo perante o destino..."
É verdade, amigo, a vida material deve ser lapidada para que o espírito possa criar asas e voar para a eternidade.
Conheço o mundo através dos teus versos e imagens...
Abraço terno!
Obrigada também por sua participação no nosso novo cantinho, o Matagal. A sua opinião é sempre valiosa e nos mostra novos ângulos dessa realidade múltipla em que vivemos.
Beijos!
Delicioso, o gatinho a espreitar qual gárgula incrustada nas ameias seculares...
:)*
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