VidenteSacrificaram a intensidade de tragédias
E nas palavras dispersas, rasgaram o vento
No meio de trovões, punindo os dias
Que se perderam num sopro, num alento...
Da noite deflagram fogueiras esqueléticas,
Areias quentes sentidas na moribunda sombra
A enroscar, a contorcer, a esquartejar, esquizofrénicas
Nuvens que se escondem na penumbra.
Os picos singelos vestidos de mancha quebrada
Furam pelo tempo, fardados...Aí ouve-se
Algo....O alisar contraído do vidente...
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ConstrangidoOs bordéis são vossas tocas.
Encheis de álcool os excrementos
Em volta de remoinhos,
Engolindo falsos risos.
Do beber trocais
Para do nada fugir,
Para um baú oco com remos ir.
Até que incendiais o fogo,
Humilhais a indiferença
E no Outono tudo vai ver a lareira,
Sem saber onde ela está...
Descalçais a superfície da casca,
Mordendo num toque fugitivo
Ou num abcesso ridículo do olhar...
Fico constrangido dentro da futilidade
Estando felizes, sossego...frio e gelado...
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Ancião AbandonadoAndais a sepultar flores
Em cima das campas que não são vossas;
Acasalais nas fendas das dores
A perdoar humilhações nossas;
Amaldiçoais arder nos vitrais
Por dentro de Almas seladas;
Purificais trocas em poços infernais
Pela memória das badaladas...
Cadáveres gigantes engolirão as cruzes
Do pó empilhado, a seduzir
O ancião abandonado.
Nada restará além da dança das colinas,
Na lembrança esquecida das unhas mutiladas...