Monday, July 30, 2007

Gelo

Repouso a saturação num zumbido irrequieto, o regaço do ninho. Esfrego os pés na madeira do soalho, entretendo os círculos. Tudo mexe num silêncio pousado de notas, umas mais arrepiadas, outras sem sentido. O calor despedaça as fragas a arder, nem o vento sopra, nem o alento se espreguiça.


7 comments:

Guilherme Lima said...

Ás vezes sinto que o mundo é descrito ao contrário...
Isso é muito interessante...
Porque o mundo como é, já o conhecemos... por muito que finjamos que não.
Gelo poderá considerar-se monotonia?

Abraço.

P.S: Também adoro Lacrimosa ;)

un dress said...

do fogo e do gelo...
dêem-me antes brisas lunares no cima dos montes tão longe...

DarkViolet said...

Ariel d'Angouleme:

O gelo é para aliviar o calor do sol que passa pela pele.
Há múltiplas visões, por isso os brilhos são tão intensos.


un dress:

O inalcansável tornar-se-á um dia atraente?! LOL

Lord of Erewhon said...

Gostei muito deste... mas sou suspeito: adoro gelo.

Abraço.

DarkViolet said...

Lord of Erewhon:

O gelo pode ser a mais quente brasa

Twlwyth said...

No gelo, os lábios não tremem de frio.

DarkViolet said...

Twlwyth:

Os lábios gemem de calor...