Monday, August 13, 2007

Labirinto

O último sobrevivente ancorou nas trevas. Trazia uma galho seco numa das mãos, e na outra o vazio das tentações. Multidões de teias moldavam o corpo, transparente como orvalho, profundas como trepadeiras. Caminhou durante segundos infinitos a rasgar ocas árvores, a vergar uma luz inquietante que suspirava num gemido refrescante. Pousou os cabelos nas fragas e cruzou o labirinto...

5 comments:

Guilherme Lima said...

Não há como fugir à treva...
É nossa.
Resta-nos aprender a caminhar nela...

"Trazia uma galho seco numa das mãos, e na outra o vazio das tentações."

Gostei... ;)

Abraço.

MS said...

Quantos de nós, os últimos sobreviventes...

Tema tranquilamente belo, como deve ser um Requiem.

DarkViolet said...

Ariel d'Angouleme:

Caminhar sobre fogo, dentro do próprio fogo...


Miosotis:

Aqueles que marcham na busca do insciável.

E tem uma letra que considero muito boa.

Twlwyth said...

Um corpo que se estende num labirinto, um coração que se queima lentamente.

DarkViolet said...

Twlwyth:

Labirinto vasto de emoções que o tranparente olhar queima