Wednesday, April 16, 2008

Profundezas

Enjaular as masmorras das cordilheiras, obscuro labirinto de privações circundam as paredes entrelaçadas numa fuga impossível, num gemido de gelo aquecido. Roda a palpitação do ser vindo das profundezas que somente quer regar a letra. Dança a selvagem loucura de afundar o poder dos dedos. Esquecer a lâmina que corta. Esquecer a nota que desenha a melodia.
Perguntar por algo desconhecido, pétala destilada sepulta o monstro do devaneio. Sopram os pardais da solidão, mais velozes, mais famintos. A ternura da timidez aconchega as feras.

2 comments:

Guilherme Lima said...

"A ternura da timidez aconchega as feras."
Por isso é que o silêncio é mortal.

Abraço.

DarkViolet said...

Ariel d'Angouleme:

Há silêncios que se propagam até ao infinito, nem relâmpagos os faz estremecer.