Sunday, May 25, 2008

Festival Eurovisão 2008

Ligo na minha televisão favorita: GPB- canal da Geórgia que transmite o festival da eurovisão!


Este demónio tem uma enorme fraqueza: adora ver o festival da eurovisão. Os olhos extravagantes das notas musicais com algum jeito, formas diversas de escrever a cor como aniquilação da música. Algumas são muito construtivas...
Desta vez tive a oportunidade de ver excertos antes do dia do apocalipse. Sem dúvida dois países que me “agradaram”: Finlândia e Espanha. A primeira por ter uma música mais pesada, e a segunda por causa das “chikichiki”. Uma música se não for a brincar só pode provar que os espanhóis têm qualidade para a palhaçada. No meio, no começo ou no fim havia uns piratas, muita perna fresca e corpos semi-nus masculinos e femininos. Alguns países foram conquistados pelos ingleses e eu não sabia: Alemanha, França, Geórgia, Rússia, etc...Os bee gees são franceses...que comédia, melhor que o circo. Para não falar nos anjos do Azerbeijão com o satan na cadeira de deus, com uma gata a dedilhar pecados nos virgens. Quero ser virgem por favor.
Isso de ser júri é uma tarefa monstruosa mas cabe unicamente a mim a decisão de listar uma combinação explosiva de resultados. Terei que ser franco, ainda bem que eu não tenho favoritos, à excepção dum ou outro país que gosto mais. A sinceridade vem ao topo do meu cálice envenenado de risos.
A Espanha cuja música é no mínimo de enorme gosto circense. Ainda dão a possibilidade de aprender a contar, a fazer de robocop, e a pôr toda a gente calada. Se o Chavez sabe disso! Castelhano é uma das línguas encantadoras para estas coisas. Até entram personagens do universo das línguas soltas...

“Bum..Bum... Bum... KalashniKov... Bum..Bum... Bum...”

E a minha votação foi:

1- Noruega
2- Suécia
3- Finlândia (Linda a letra - aconselho a carregar no link e a ouvir)

E a votação do “público” foi:

1- Rússia
2- Ucrânia
3- Grécia

Quinto lugar para a Noruega. Mais uma vez as minhas qualidades musicais ficaram aquém do festival da eurovisão....

Resultados

Grande Rússia!!!

Thursday, May 22, 2008

Poços de Gemidos

Enormes são as cordilheiras, despidas com o talento das essências.
Enormes são as personagens de pedra ou de veludo que viajam dentro das memórias.

Pedra fria dos altares, profanada pelos lobos sedentos de gotas.
Pedra fria das masmorras, imaginário do bailado dos fantasmas.

A vingança dos gemidos toca uma sinfonia das grades perfumadas.
A vingança do deslize descuidado sobre a pele apodera-se das muralhas.

Ouve-se com facilidade os poços do devaneio...Dentro das orgias...

Monday, May 19, 2008

Wolves


O som da madrugada
mistura-se com o som
povoado das luzes.
Descai a melancolia no rosto...

Sunday, May 18, 2008

Cogumelos ao Vento

Gosto de plantar
Se-me-ar...
Se-me-ar...
Cogumelos ao vento.

Gosto de saborear
Or-va-lhar...
Or-va-lhar...
Cogumelos ao vento.

Gosto de misturar
Pin-tar...
Pin-tar...
Cogumelos ao vento.

Saquear o ar, Regar ou Amar.

Thursday, May 15, 2008

Faíscas Galopantes

Trote da Alma a rasgar fragmentos de chuva.
Galopante olhar das folhas...
A resposta desdobra as palavras.
O assobiar penetra a caverna
num solto desmembrar.
Descaem salpicos:

Distantes adivinhos bebem o licor dos santos.
Murmura-se a angústia que inflama labirintos de sopros.
Dedilham arrepiantes as chamas dos ventos.

Saltitam faíscas de gelo...

Sunday, May 11, 2008

Fundação Serralves - Exposição Actual

Retrato presente da ausência.



Flutua a água dos poros. Um navegar deambulante...

O vinil oscila na memória..
Se o violino toca rejubilará na Alma!



Saturday, May 10, 2008

Bolacha Maria

Adormecido sobre a campa de pétalas devoro o tempo. Pedaço por pedaço, a dar mordidelas à volta; bolacha molhada de doçura feita com trevas de mel. Repousar saltos de vento até criarem remoinhos. Triturar o mole odor, muitas vezes esquecido, durante meses num lugar seco, triturar as infinitas migalhas que se separam do núcleo. A velocidade do arrepio é degolada à beira dos dedos, o som das unhas a ser esmigalhadas por famintos dentes.
Assim pouco a pouco esvoaça a bolacha maria para a borda do sulco da vida; canto do desespero.

Wednesday, May 07, 2008

O Texto do Amor

Os dedos deslizam em remoinhos acompanhando a leitura. Frenética a convergência da palavra para não se afundar num prazer único, num assobio que fizesse chegar a cada letra os suspiros do trovejar. Pingar sobre condensação, sepultar arrepios num embalar ondulante...Gestos alucinados das trevas mergulham-se nas margens do vulcão, a fervilhar o pulsar de detidos nós. O suporte do texto na flutuação de janelas futuristas, ouve a imensidão da mistura. Lavrar a concentração da fuga irresistível até ao ponto do degelo de glaciares formarem teias; adivinhar a agitação murmurante ao chegar da folha de nome saudade. Aí o vento apodera-se da vontade e espalha por colinas íngremes o desejo.

Saturday, May 03, 2008

Borbulhar

Quando a navalha penetrar o fumo dentro do ventre, oscilará a memória do desfalecimento precoce. Uma brasa a tremer, borbulhante de encantamento. Assim o dedilhar será vapor esquecido

A fuga dum abismo será o ventre.

A melodia da treva é o fumo.

A viagem do veludo foi a navalha.

Thursday, May 01, 2008

Janela

São portas de janelas, aquelas que cobrem o veludo. Perceptível à transparência o massacre das sensações torna-se uma masmorra, uma cor destilada sobre a cruz. A voz que alimenta a insanidade ecoa em profundezas, rasga a Alma, deixando imperturbado o calor da pele. Ténue sopro enlouquece a porta de janelas.