Thursday, May 07, 2009

Folhas Embriagadas

A dança dos trovões incendeia os silêncios, pequena escorregadela de vento sobre a crista da onda, silhuetas inflamadas de arpões fazem com que as dobradiças soletrem cada passo da entrada, vagaroso tempo rasgando o intempestivo desdobrar da leveza. O som propaga-se aos trambolhões, escavando o murmúrio dos vitrais, encostando os dedos estalados à ventania das esquinas. São sussurros flutuantes como mantas rendilhadas de frescura, repletos de paisagens esboçadas com veludos. Enquanto o Sino embriagado chamusca as folhas, irrompe dentro delas o suspiro.

6 comments:

Mr. Lynch said...

DarkViolet;
Uma leitura saudosa, agora que a Primavera com o verde nos saúda.

Pearl said...

Suspiro inquebravel
que nos amacia o ouvido
em estalidos de doçura
e ventos partidos ao meio

enquanto declamas as tuas palavras!


beijos

Gothicum said...

"Lemos o mundo às avessas e choramos e queixamos aos céus de não o compreender."
(Rabindranath Tagore)


Os suspiros da alma são como as folhas de Outono...voam, levemente, pela brisa das tardes serenas da vida.
Abraços

MagnetikMoon said...

Infiltra a canção no leito desdobrado das mangas dos oceanos,eles teimam em rasgar a dor saturada das cercanias do semáforo.A voz dança, sempre.

Magnetikiss;)

Blood Tears said...

A cadência lenta que se enlaça em espiral sôfrega de vida.... Assim eu suspiro.

Blood Kisses

DarkViolet said...

Mr. Lynch:

A primavera contagia as folhas para elas divagarem no seu belo prazer


Pearl:

a dança das folhas embriagadas são mantos rendilhados, metamorfose das ventanias a desdobrar o Ser


Gothicum:

As folhas de outono entranham-se melhor no meu Ser. conseguem provocar arrepios de mistura ao chegar do badalar das danças


MagnetikMoon:

Troveja sempre aos soluços cortando o tempo, chamuscando a flutuação dos murmúrios, enquanto a dor voa com as folhas, silhuetas do sentimento povoado das estações intemporais


Blood Tears:

Cada rasgo de folhas é o sino a temperar o vento, desdobrar da vontade de viver