A locomotiva dos mortos é cega no seu trilho. Cada galope serpenteia o desconhecido, além da imaginação do esboço encapuçado. Não há fuga possível dentro das masmorras; os corredores caçam o pó; o pó degola os números; os números ficam perturbados na alucinação enigmática. Encontra-se uma brisa no céu, cada nuvem provoca gotas de sangue, murmúrios subtis a gemer os olhares cruzados das grades; apertado laço dos mortos sobrevive as explosões.
Nas profundezas, os Seres sentem-se enforcados, uma agonia a triturar o galope da locomotiva num incessante respirar de um palco inacabado.
Nas profundezas, os Seres sentem-se enforcados, uma agonia a triturar o galope da locomotiva num incessante respirar de um palco inacabado.
5 comments:
DarkViolet;
Recordei-me dos comboios (as famosas composições) «during the war»... Que disparate; essas locomotivas não eram cegas!
Excelente palavras, assim como a imagem que as ilustra.
Gostei de ler e tentar perceber esta combinação de palavras, gostei da tua divagação poética.
..."cada nuvem provoca gotas de sangue"...
Bjo
Fatima
Continuo freguês das suas alegorias escritas na autêntica e tradicional literatura de cemitério. Lê-se à meia luz.
Um abraço!
Gosto particularmente deste; é perturbante...como tantas das tuas palavras.
:)
Mr. Lynch:
Fico feliz que te tenha transportado para um lugar. Há nevoeiros cruzados em cada vagão de um comboio, por isso tudo caminha para um palco
Um Olhar:
E as gotas pingam incessantemante na linha do infinito, a explodir a sobrevivência. A combinação é quase sempre enigmática
Oliver Pickwick:
Convém é não abusar desse tipo de escrita ou senão ainda faço mais um cemitério ehehehe
Com uma vela adormecida de preferência;)
Frankie:
Existe o palco pertubado das locomotivas, trituram o céu em inacabadas laços de crueldade
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