Friday, October 07, 2005

Pés

Nos pés descalços ouço o murmúrio dos céus
Cantos de piranhas a morderem meu calcanhar
Meu dorso contorcido
O ventre esmagado na poeira

Sobe dentro da areia o escorrega do tempo
Cada parte do solo polida pelos lírios
O ventre, o dorso, o calcanhar, os pés....
Moinho de asas escorridas...

São tempestades de fogo, calcadas...
Misturas de saudades, entristecidas nos véus...
Miragens de alucinações, nos pés...
São brumas enfeitadas, são pés nus...


1 comment:

Anonymous said...

Pés... Descalços... Nus...
Equilíbrio de um corpo suspenso... tenso...
Raízes da alma plantada num cálice florido de sonhos...
Marcas que pisam o desenho de um caminho batido... pegadas luminosas em contornos de carvão...
Pés... Descalços... Nus... Gelados...
Sinto falta...