Wednesday, May 23, 2007

Maestro

O pescoço do tempo faz chover os seus pergaminhos queimados. As folhas do esqueleto seguem no trilho, instável na pulverização, contorcido no pólen espalhado no ar. O dia choveu tremido com a “neve” a misturar-se no meio das gotas. O ser transportou-se para a paragem sem passagem possível e na noite os caracóis saíram para o caminho. Senti os meus pés a esmagar o inverso do gigante. Tento voar neste labirinto, ao desgaste do medo, ao acasalamento de sémen. “ O Maestro rege a orquestra sem partitura”.

6 comments:

un dress said...

well i think there is no captain.

"there is no captain and sometimes we´re all going

d
o
w
n

"*

...


laurie anderson in
"from the air"...

Jade said...

Pareces um pouco perdido no meio de um devaneio deveras excitante...pareces um pouco assustado com o facto de não perceberes exactamente as estradas por onde te moves...mas isso é que é realmente excitante...

Twlwyth said...

Reger uma orquestra de improviso e criar sons harmoniosos depende em grande parte da arte do maestro.
Os caracóis neste momento só me fazem lembrar compassos de espera intermináveis.

DarkViolet said...

un dress:

O navio não precisa de capitão. Se afundar é como o caracol:D


Morrigan:

Sei os contornos da estrada. O maestro é que perdeu a vareta:D


Twlwyth:

Foi um locutor de rádio que disse essa frase. O contexto nao tem haver com improvisso mas sim saber de toda a obra de memória.
Há passos que são para serem dados lentamente. Sossegar as ondas...

Twlwyth said...

Sem partitura e sem vareta? lol nem com memória de elefante!

DarkViolet said...

Twlwyth:

Resta a telepatia :D