Sunday, February 22, 2009

Viúva

A negra viúva reabre a cerimónia. Cegos amantes do desejo cortejam a ilusão das espalhadas videiras, linhas descarriladas de chaminés clamam a memória, enquanto os aborrecimentos dos surdos germinam. Deslocamentos subtis, arcos esboçados no vento, corredores de aragem fresca, ouvidos a pronunciar a vastidão do veneno. Desmoronadas as ruínas são os veludos embalsamados na metáfora, flechas temperadas de lábios a sugar flutuações de relíquias.

5 comments:

Peculi said...

O pesar da morte no desalento da vida. Que duro fardo, o de uma viúva que no seu íntimo derrama silenciosas lagrimas de solidão de um seu amor perdido!

Gothicum said...

"As ilusões perdidas são verdades encontradas."
Multatuli

...às vezes não é necessário existir uma morte física para se ficar viúvo…ultimamente, tenho ficado um pouco viúvo de alguns “amigos”…enfim é a vida. Abraços

DarkViolet said...

Peculi:

As ruínas conseguem ser a fonte, onde a intinidade da solidão atira flechas ao vento, perguntando pelo deslocamento

Gothicum:

É necessário brotar fontes nos labios sinceros dos rasgos. Subtis viagens da amizade pronuncia o espelhar da vontade

MagnetikMoon said...

Quentes mordaças esqueléticas em prisões absurdas gritam vozes agudas e sentam-se nas janelas de meteoros catalépticos.

Magnetikiss;)

DarkViolet said...

MagnetikMoon:

Os lábios não se abrem, as ruínas são os sulcos e as janelas o reflexo que os espelhos acolhem