A Alma sente o voo dos teus braços. Asas soltas na dor, soltas na recordação dos momentos. A porta range, as janelas sopram a saudade, a mesa despida tem os olhos presentes, a cor do vestuário é o som da terra, os rasgos da parede ecoam a vida soluçante. O enlaço da energia repousa freneticamente no desconhecido da lembrança, um tempero a rasgar o Ser, a dar sustento ao abraço. Cada gota elevada aos pergaminhos de voltas geme de envolventes recordações, acolher o canteiro florido, regar para depois temperar remoinhos de sensações. Colher o fruto, deixá-lo amadurecer com toques de levitações, espalhar as erupções espalhadas pelo Amor. Momentos vividos, momentos que fazem a mistura ser um prazer único, momentos para acarinhar, a partilha. A existência dessa essência faz o trilho uma ondulação que se abraça, forte e com o ardor da pureza.
Wednesday, April 22, 2009
Tuesday, April 21, 2009
Terra
A terra imana sua Alma na fé das mãos buscarem o manto de remoinhos. Entranhar o odor dum pequeno sopro de ondulações. Rasgar para depois voltar a colocar no devido lugar, toque que esboça perfumes a lavrar o descanso caótico da germinação, até que se ouve a rendição da pureza à dádiva dos cânticos entregues. Várias flores aproveitam a liberdade entretida.
Thursday, April 16, 2009
Noite Branca
Noite branca de trovões entrelaça o estrondo.
Aqui no meio das gotas espalha-se a cor das brumas.
Ali no manto do vento recolhe-se o cântico das silhuetas.
Dia escuro de raios afasta o silêncio.
Aqui no meio das gotas espalha-se a cor das brumas.
Ali no manto do vento recolhe-se o cântico das silhuetas.
Dia escuro de raios afasta o silêncio.
Sunday, April 12, 2009
Amável Alves Antão
A madeira suspira pelo toque embriagada das mãos. Soletra a força da criação, abismo de emoções que sobrevoa o recorte da imaginação. Cada recanto leva o sopro nas linhas da liberdade, das silhuetas abertas ao resplandecer da curva colhida. As mascaras ganham vida, veia a transbordar o sangue da metamorfose.
Thursday, April 09, 2009
TRISTESSE DE LA LUNE
TRISTESSE DE LA LUNE
Ce soir, la lune rêve avec plus de paresse;
Ainsi qu'une beauté, sur de nombreux coussins,
Qui d'une main distraite et légère caresse,
Avant de s'endormir, le contour de ses seins,
Sur le dos satiné des molles avalanches,
Mourante, elle se livre aux longues pâmoisons,
Et promène ses yeux sur les visions blanches
Qui montent dans l'azur comme des floraisons.
Quand parfois sur ce globe, en sa langueur oisive,
Elle laisse filer une larme furtive,
Un poète pieux, ennemi du sommeil,
Dans le creux de sa main prend cette larme pâle,
Aux reflets irisés comme un fragment d'opale,
Et la met dans son coeur loin des yeux du soleil.
Les Fleurs du Mal - Charles Baudelaire
Ce soir, la lune rêve avec plus de paresse;
Ainsi qu'une beauté, sur de nombreux coussins,
Qui d'une main distraite et légère caresse,
Avant de s'endormir, le contour de ses seins,
Sur le dos satiné des molles avalanches,
Mourante, elle se livre aux longues pâmoisons,
Et promène ses yeux sur les visions blanches
Qui montent dans l'azur comme des floraisons.
Quand parfois sur ce globe, en sa langueur oisive,
Elle laisse filer une larme furtive,
Un poète pieux, ennemi du sommeil,
Dans le creux de sa main prend cette larme pâle,
Aux reflets irisés comme un fragment d'opale,
Et la met dans son coeur loin des yeux du soleil.
Les Fleurs du Mal - Charles Baudelaire
LA BEAUTE
LA BEAUTE
Je suis belle, ô mortels! comme un rêve de pierre,
Et mon sein, où chacun s'est meurtri tour à tour,
Est fait pour inspirer au poète un amour
Eternel et muet ainsi que la matière.
Je trône dans l'azur comme un sphinx incompris;
J'unis un coeur de neige à la blancheur des cygnes;
Je hais le mouvement qui déplace les lignes,
Et jamais je ne pleure et jamais je ne ris.
Les poètes, devant mes grandes attitudes.
Que j'ai l'air d'emprunter aux plus fiers monuments,
Consumeront leurs jours en d'austères études;
Car j'ai, pour fasciner ces dociles amants,
De purs miroirs qui font toutes choses plus belles:
Mes yeux, mes larges yeux aux clartés éternelles!
Les Fleurs du Mal - Charles Baudelaire (nasceu a 9 de Abril 1821)
A linha desbota odores que são vislumbrados pelos círculos suturados. Alguém se aconchega no canto mórbido do terraço, pessoa de olhar tímido a tocar as notas do encanto. Regresso da pedra fragmentada no coração rezado, onde afiados espíritos mergulham, encarna o Ser no estímulo divagado. A reticência do fantasma devora o instante, caixão coberto de pétalas do escurecer. Toque a rasgar o espelho…
Monday, April 06, 2009
Coimbra VII
Cavalgar os carris, enroscar o desamparado apito. O insensato momento abandonado, cadastrado na miniatura do apocalipse, desesperada sala aberta da natureza, corpo dormente encaminhado pela proporcional vertigem. A esperança olvida-se da ingenuidade, a sombra escorre risos de loucura no capa do respeito. Espelho de azulejos germina nos lagos, retalhos encontrados aos soluços do intempestivo inferno, da incoerente ambígua poética. Desagua o murmurar nos cabelos afiados, nos olhos reluzentes.
A mulher relembra o esquecimento da flor, o rio da encosta, cachecol de flor… Trago o abraço.
A mulher relembra o esquecimento da flor, o rio da encosta, cachecol de flor… Trago o abraço.
Friday, April 03, 2009
Liberdade do Orvalho
Cavalgar contigo na natureza selvagem, ciclos acolhidos na época da liberdade. Celebrámos o trilho com o jeito abraçado, caímos de cansaço na borda da estrada olhando o rio com a sua frescura. Até saltitar nas gotas de licor que caem do céu conseguimos partilhar, dança da qual a pureza acarinhava o entrelaçar. Juntos retalhados sobrevivemos aos mantos coloridos, geometria da comunicação do coração, vento de trovões a resguardar o orvalho dedilhado ao toque sublime onde galhos despidos com folhas faziam descair o perfume das levitações caóticas. Saudades!
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