Monday, March 13, 2006

Folhagem

Meus pés estão descalços com os dedos a abrirem-se em fendas, a escorrerem na areia a dor de ver o tempo passar. Sobre o gelo, dentro de insónias, meu corpo adormece como grânulos que se vestem na despedida. Na variável de escutar as aves, nos troncos descobertos da folhagem, no tétrico desespero de querer ser feliz, a múmia caminha. É a sonda da ampulheta reservado no calor de salpicos que cobrem a aragem, brisa de tempestades que perfilam o dorso do orvalho... dedos descalços...


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