Thursday, March 02, 2006

Rio Tejo

Espreguiçar no tempo restante,
Vastas águas fogem na aragem,
Escorregar o fumo periclitante,
Deambular os sinos encostados à margem...

Vontade de ficar suspenso,
Permanecer nas ondulações desajeitado,
Preto vestido, espírito tenso...
Resistir ao perfume amontoado...

De pé em pé sumir na galé,
Na espera gritante sinto as águas,
Vestes não se querem separar sem fé,
Os lábios escapam-se nas mágoas...

Ostentar as ossadas a uivar,
Gritam os patamares,
A noite aproxima-se a exaltar
Aromas que sobem nos calcanhares...

Vinte e três,
Dois mais três, cinco versos serão,
A lua sobe, sobe,
Cheia, a perfumar as almas...

No comments: