Encontrei minha página em branco no canto da cama. No esqueleto das pontas entreabri as reticências, rasguei as sombras, e olhei cada milímetro de espaço que molhava os lençóis. Vislumbrei o cavalo de dorso doce na miragem da folha em branco. Lacrimejei, de gota em gota à espera de ouvir o casco a levar-me pelo horizonte de silhuetas, a dobrar as crinas chicoteando o destino. O som de longe fugia para o fundo da cama, num cruel abismo. Uns passos largos de folhas em branco...
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