Friday, March 17, 2006

Gota de orvalho

A chuva deitada no relvado sulca o horizonte, por entre ramos de cheiros, pela espessura das linhas, dentro da seiva de viver. O perfume do orvalho lacrimeja por cada canto, despido de preconceito, aberto nas tentações de sentir o único rasgo que faz sangrar, a resvalar nos trovões da felicidade. Sempre que a pinga descai pelo ombro, o sorriso entreabre-se na ternura dum sino, na colmeia de tentações que inundam a erva já de si pouco segura. Cada manto canta no toque de simetrias assimétricas.


No comments: