Sunday, February 04, 2007

Brutal Cal

Capítulo brutal.
Inacabado ao suspiro.

Por dentro do silêncio
A massacrar os lábios da nudez
Desfilo nos húmidos pedaços.
Num rasgo do desfiladeiro
Ofusco o som cercado…

Na cela da solidão
Ergo a invisibilidade
Da transparência de fogo
Até ao portão de grades vendadas…

Subo nos pés da geada
A gemer de prazer…
Estremeço com espinhos cravados.
Do mal fatal dou uma foda aos sentidos…

Escorrego no meu cabelo estendido na mão
Onde cresço ao sabor da Bruma.

7 comments:

Unknown said...

Fiquei a pensar na expressão "foda aos sentidos"... Será como os cegos que insistem em ver e caminhar? Belo texto.

Simples. Como o pão e a água.

:)

Abraço

Misantrofiado said...

Aprecio basyante esta tua forma particular de te desvendares cárcere do teu próprio pensamento.
Gosto disto pá... sinceramente.

DarkViolet said...

Kraak/Peixinho:

Lutar contra barreiras invisiveis. Acaba por ser isso...


A gerência:

Por vezes sem sentido, por vezes somente um pingo de suor...

susana said...

É a primeira vez que te vejo empregar termos bossais nos teus textos, mas nada é exagerado, quando faz sentido! Afinal palavras, imagens, tanto faz, se são o grito que calamos, a voz com que falamos!
beijos

DarkViolet said...

missixty:

Cresce ao sabor da Bruma somente em Burma

Unknown said...

Darkviolet, é mesmo isso que disseste... "lutar contra barreiras invisíveis"... Mas será que todos nós não as temos nos nossos percursos?

Hugzz

DarkViolet said...

Kraak/Peixinho:

Temos sim. Algumas camufladas sem interesse nenhum para terem o prazer de serem tocadas. Outras são somente ilusão de pó que não merecem o que as sensações que as cinzas provocam. Porém há percursos que merecem o nosso valor e isso faz parte da Essência. Toca-se todos os segundos porque é isso que faz viver.