Friday, February 02, 2007

Orgulho III

Não há tempo...Parabéns ao tempo!

Os caracóis enrolados saltam na pele dos segundos, árduos e secos a contemplar o horizonte. Dum fresco toque descai a manhã nas lagoas da metamorfose, um sopro, uma miragem de sentimentos, uma viagem contida. Percorro o altar do sentimento na criança do canto melódico, a encontrar as beiras do vento ao som do luar. Saem fogos pelos longos cabelos, começo a devorar as faíscas das translações das campas, um estrondo monumental de trovões rabiscam a porcelana partida. Roer texturas dos pedaços de sangue da moldura; caio no esboço do meu rosto a revirar páginas antigas, a morder apontamentos de notas. De longe para perto a magia entra em mim, contemplando um lugar, só. A noite pingada por uma gota onde o coração explode no medo reflectido, sobrevivo a rasgar escavações percorridas pelas ruas da memória. Uma beleza de profundezas a tocar a embriaguez do paladar, o veneno da corrente que perfuma a minha pele, navegando num ruído estreito. A Lua aninha-se nas fissuras da minha carne, atiro a liberdade da lareira e espreito a palma da mão...

Não há tempo. Parabéns ao tempo!

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