“Dizemos muitas verdades mas elas contradizem-se umas às outras.” Fernando Pessoa – O Privilégio dos Caminhos
Puseram um caixão à beira da falésia, encostado no ventre do abismo infernal da existência. O paralelo mental risca o mapa, ardido no tempo intemporal prolonga-se o Ser até aos contornos dos fragmentos. Se forem as letras ou a capacidade experimental, o instinto sobrevive nele próprio ao complementar o estado selvagem, agrupar a vitalidade do pormenor descaído. Estilhaços ouvem-se no vazio como ecos de linhas de comboio, imparáveis na sede do orvalho, inflexíveis na nudez. Ir na direcção do rosto adormecido, sonho do qual a bebida serve ao infinito a loucura do não transbordo. Há quem orienta, indicando a vertigem do caminho correcto, mas todos o julgam ser uma companhia e não a verdadeira essência. A extensão cega de olhar o umbigo… O chamamento de ir além da fronteira do espaço, será o acolhimento, o verter para escutar o rasgar.
“Só que é melhor uma vida amarga do que… uma vida apagada, tristonha.” Andrei Tarkovsky – Stalker
Puseram um caixão à beira da falésia, encostado no ventre do abismo infernal da existência. O paralelo mental risca o mapa, ardido no tempo intemporal prolonga-se o Ser até aos contornos dos fragmentos. Se forem as letras ou a capacidade experimental, o instinto sobrevive nele próprio ao complementar o estado selvagem, agrupar a vitalidade do pormenor descaído. Estilhaços ouvem-se no vazio como ecos de linhas de comboio, imparáveis na sede do orvalho, inflexíveis na nudez. Ir na direcção do rosto adormecido, sonho do qual a bebida serve ao infinito a loucura do não transbordo. Há quem orienta, indicando a vertigem do caminho correcto, mas todos o julgam ser uma companhia e não a verdadeira essência. A extensão cega de olhar o umbigo… O chamamento de ir além da fronteira do espaço, será o acolhimento, o verter para escutar o rasgar.
“Só que é melhor uma vida amarga do que… uma vida apagada, tristonha.” Andrei Tarkovsky – Stalker
* Baseado no filme Stalker de Andrei Tarkovsky
6 comments:
"O presente impõe formas. Sair dessa esfera e produzir outras formas constitui a criatividade. "
(Hugo von Hofmannsthal)
...à beira da falésia está, cada vez mais, o caixão mortal do homo sapiens. Terá, somente, de escolher a madeira que forma a sua inexistência podre para acabar de o construir. Abraços
DarkViolet;
Muito belo!
Duas fantásticas alusões a dois fantásticos Senhores da escrita.
Abraço
Gothicum:
Estava a imaginar um barco construído na falésia. A madeira recolhida sobre situações difíceis, fazendo com que os rasgos da existência sejam valorizados
Mr. Lynch:
Existe pessoas que fazem coisas belas. Outros como eu, vai somente divagando nas sensações. Obrigada
Perfeito!
A vulnerabilidade das espécies contorna os sensos quando não estão espalhados nos calabouços de uma sarcástica tentativa de existência.
Magnetikiss;)
┼ψ αgηєѕ ωιηχ †† εїз "´¯`·»ټ:
Muito longe da perfeição!
MagnetikMoon:
Respira-se sem saber se existe ou não oxigenação do Ser. Pertubado andar por mundos desconectos, mas que sabem ser os mesmos, mesmo que a cor seja diferente
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