Saturday, February 28, 2009

duma Mãe para um Filho

À espera do suspiro dos teus sorrisos encontro a felicidade dos trilhos. Cresces nos meus braços com a energia dum guerreiro, escutas o céu a trovejar das minhas carícias, enrolas-te nos braços ao ardor das chamas da vida. Desenvolvo para ti o regaço das pétalas com a doçura dos cravados espinhos, manto do qual irás desaguar naufrágios de descobertas. Em cada esquina os remos de silhuetas terão mais força, serão bandeiras de cores para a visita embriagada. Anel dedilhado do fantasma, retrato do além terá o frio para olvidar. Que importa meu Ser, quando te tenho a ti? Que importa a viagem, se em ti encontro a paz? Que importa a loucura, se o meu dar a ti é puro?
Desejo o rasgo da alegria, cada ruído imerso na paixão pelo teu crescimento ao meu lado. O brotar na essência das tuas inspirações faça-me de mim um Ser de mãos dadas com as teias das reticências floridas, do teu lado. A navegação destemida, olhar felpuda das insónias recompensada pelo vibrar constante de sentir a tua felicidade. Gemes comigo como no interior de mim rejubilaste de prazer. Dou-te a mão, dou-te mais que a mão…

Wednesday, February 25, 2009

Chama Transparente

Sou Eu, o belo, o formoso, o elegante, o corredor de labirintos. O dilúvio cai aos meus pés com a força de trovões, mascaras de tatuagens coloridas destroem remoinhos ao nascer da alvorada. O ardor da Alma mergulha ferozmente no horizonte do subjectivismo, semblante carregado de potência elevadas a multidões de fogos espalhados no vazio, colhidas nas mãos regadas de seduções. Os poços da individualidade tem trilhos esbeltos como chamas a gemerem o último suspiro do Eu, fluxo intemporal da clandestinidade.

Sunday, February 22, 2009

Viúva

A negra viúva reabre a cerimónia. Cegos amantes do desejo cortejam a ilusão das espalhadas videiras, linhas descarriladas de chaminés clamam a memória, enquanto os aborrecimentos dos surdos germinam. Deslocamentos subtis, arcos esboçados no vento, corredores de aragem fresca, ouvidos a pronunciar a vastidão do veneno. Desmoronadas as ruínas são os veludos embalsamados na metáfora, flechas temperadas de lábios a sugar flutuações de relíquias.

Thursday, February 19, 2009

Lábios do Ser

Conceito uniforme desmaterializado À frente dum abismo de raios. Ao permanecer o som rebola nos cantos das fogueiras, peregrinos desalinhados do tempo a resgatar sorrisos às provocações. Ficar seduzido pelo pormenor escondido, mergulhado na semente da tela, as cantorias do Ser dedilham chamas de pontes rendilhadas, com o Eu a gemer, o suspirar emociona-se intempestivamente galgando o ininterrupto deslocamento da vivência. Ficção do momento a reescrita do nevoeiro sulca a corda do conceito até ao ponto dos lábios, da estação encruzilhada.

Monday, February 16, 2009

Brinquedo

Sou um mero brinquedo com articulações móveis. Dos olhos fulmino o escorrer instantâneo da paisagem caótica, muito além do infinito, perto do saciável corredor das aflições. O jogo das peças perdidas faz o esqueleto estacionar numa paragem, desenhando a vertigem das árvores junto dos meus pés. Dedo a dedo, montes de sinónimos ficam impressas na língua sem som, cantarolar labiríntico do movimento impróprio, impregnado em filosofia de letras fugitivas...Mero brinquedo!

Friday, February 13, 2009

Otelo

Um movimento na escuridão entreabre o ruído. Pequenas flutuações, viajantes do frio, refúgio dos traços; a vagarosa brisa nocturna coberta do calor da pele. Esconde-se a verdade num lenço, a palavra do esqueleto voador; os corpos insensatos duvidam de si, contaminam as folhas que partem em navios. Toque a melodia de aguardar o repouso nos braços profundos da entrega, condicionado pela sepultura aberta na dúvida.
O sangue a escorrer, amaldiçoados são os corpos da inveja.


Wednesday, February 11, 2009

Perplexidade

Se há algo errado, é necessário mudar.
Se há algo certo, é necessário mudar.
Se há algo errado e certo, é necessário mudar.


Toca-se a nota, ela destila letras.
Toca-se a partilha, ela destila letras.
Toca-se a nota e a partilha, elas destilam letras.

Aparece a vontade, não se interessam.
Aparece a oportunidade, nada sabem.
Aparece a justificação, não dizem nada de jeito.

Brincam, Alteram, Esquecem...
Enrolam, Trocam, Mutilam...

O Ser perplexo fica insano!

Monday, February 09, 2009

Thursday, February 05, 2009

Banquete de Esterco

Rapaz sem jeito algum vs Rapaz com jeito algum

A espera lúcida, um colar requintado, anéis falseados, brincos de cores amaldiçoados. Há carne pendurada, esturricada, feita em carvão; Incenso a fumegar os olhos, lágrimas recolhidas na pedra cavada; cordas enlaçadas na forma e conteúdo de brasas; escritos dactilografados com o sangue a pingar; cabelos esticados, cortados ao som do machado de lâmina mal afiada...
Assim é o cenário. Contemplar, apreciar o banquete para a cambada de esterco que povoa as esquinas a deitar fumo nauseabundo.

Monday, February 02, 2009

Fronteira Sem Lógica

Quando a letra percorre o solto entrelaçar, ela livre retorna à sua mansão. Preencher atordoados espaços, tensão assombrada do qual a génese devora sonâmbulas modéstias. Erguer incompreendidos cálices não pode afligir o tempo do mergulho, mas a confusão existe ou o subterfúgio de perturbar imagens que florescem separadas dentro do mesmo conteúdo fazem o texto construído um ramo sem lógica. Os galhos degolados regam as fronteiras, não sei se terá um tempo infinito ou um tempo suprimido.