Saturday, July 11, 2009

Pó Virgem

O virgem pó encontra-se espalhado pelas cortinas do tempo, aberto aos dedos que fazem ranhuras com sabor a esboços. Da bancada desta dança o corpo desfaz-se num banquete esculpido com o ardor, melodias de portas a ranger, estrado a escoar os murmúrios da essência. Mais perto do inalcançável o cometa deixa rastos de fogo, salpicos de pós, grãos da simplicidade aberta ao rascunho do coração, pureza da qual a mordedura de sorrisos canta o virgem pó.

Galeria de Sandro Andretta

15 comments:

Gothicum said...

...às vezes gostava de ser abençoado pelo pó virgem da vida...mas o tempo, esse, não dá tréguas...fica somente a essência...Abraços

MARTHA THORMAN VON MADERS said...

Gostei deste espaço.
Um abraço

MS said...

'pó virgem'... não conhecia! Mas é estupendo baralhar palavras e poetar, mesmo que em jeito de prosa!

Nostalgia?! Poderá ler-se...

Sensibilizada pelo atento olhar!

GS said...

... e por vezes, do pó se faz poesia!

Azul, cor de mar, cor da profundidade, cor da nostalgia...

Belíssima, a fotografia! Também :)

Lúcia Machado said...

...e dos galhos renascem a vontade de um novo viver...


Também nesta sua dança, somos espectadores de um bailar de palavras...utópicas mordeduras de um pó virgem nos calcanhres do tempo...

Boa semana

Aмbзr Ѽ said...

achei isso tudo muito surreal.

Blog Suicide Virgin

Mr. Lynch said...

DarkViolet;
Extraordinárias palavras. De tudo consegues construir uma sinfonia poética.
A imagem é excelente.
Abraço

PS: Gosto muito dos Blutengel!

Nanny said...

E o fio da navalha, corta o teu pó virgem...?

;-)

Beijinho

Fatima said...

O dom da palavra corre nas tuas veias. É o aglomerado de palavras organizadas que poucas pessoas conseguem ter...Gostei de ler.

Bjo

Fatima

Isaura Pereira said...

Sem dúvida que tens o dom de escrever bem presente ...de uma forma difrente ;) amei!!! Poesia ?! Prosa ? ! Não importa o importante é o que sentimos ao ler-te . Beijocas

Oliver Pickwick said...

E o que somos, senão matéria semelhante a este virgem pó, temporariamente compactado, e, quem sabe?, prestes a espalhar-se outra vez nas cortinas do tempo.
Um abraço!

DarkViolet said...

Gothicum:

O pó poderá estar sempre virgem? ele acumula-se sempre, a misturar oscilações do qual se sente a pureza. Algguns esquecem-se da essência mas sim ela presente estará sempre


MARTHA THORMAN VON MADERS:

obrigada!


Miosotis:

A mistura faz parte da dança, não se pode ficar preso aos condicionalismos impostos. Quando comecei a escrever este post foi ao ver as janelas com o pó e com os dedos rabiscar desenhos, depois deu nisto


Fragmentos Culturais:

Junta-se os pedaços, forma a corda de desenhos filtrados com o tempo. é o azul das cementeiras, das nuvens e principalmente do horizonte. O Sandro Andretta tem bom gosto:)



Lúcia Machado:

Nos galhos nascem as velas para o vento vir.
A viagem constante, o deambular essencial para a perpetuação da imaginação
Semana óptima com chuva que adoro


Äмbзr Gïrℓ ⅞:

O que está desfocado, focado precisa estar

DarkViolet said...

Mr. Lynch:

Nem de tudo mas dá-me prazer rendilhar novas formas numa mistura sempre a fervilhar.Obrigada
O Sandro Andretta agradece
P.S. esta música cativou-me, simples e diz muito. o resto da obra de Blutengel também é agradável de ouvir


Nanny:

o virgem pó só se interessa em semear sensações num murmúrio de essências:)


Um Olhar:

Por vezes duvido que tenha organização mas elas simplesmente vão-se encaixando aos poucos até formar uma manta melódica ao Ser
Agradecido



Isaura Pereira:

O entranhar do voo rega sempre o horizonte, feitiços a traçar o céu para chegar perto da partilha. Não sei se escrevo bem mas agradeço o elogio


Oliver Pickwick:

Sempre naquela dança infernal que chega sempre nas asas dum perfil aleatório. Penetra e o som eclipsa o movimento numa silhueta fresca dando à virgindade a melodia. Um "compactar" momentâneo

MagnetikMoon said...

É éter, é murmúrio exaltado das proximidades demoníacas, entende a vírgula no dedilhar...:P

Magnetik*

DarkViolet said...

MagnetikMoon:

Isso tem muitos acentos, e nem sempre o pó virgem consegue morder a essência num banquete com que faz o pó espalhar grãos em todas as portas