Há livros nos pés,
Há cordas enraizadas na alma,
Há melodias de costumes,
Há troncos de suavidade.
Toda a calma,
Toda a vontade na pelugem,
Toda a raiva de rasgar a pele,
Toda a ternura desfolhada.
Memória de pingar o orvalho na veia do recanto do olho...
Thursday, October 27, 2005
Friday, October 21, 2005
Entrelaçar
Pedaço do corpo espalmado pelo tempo fazem soar as badaladas, que tocam no meio da areia que foge. Entrelaçar o voo do passaro amarrado, sem puder suspirar, apenas poder esconder os olhos na pele. Díficil resvalar de linhas que se misturam em tons de espasmos. Caminha-se nas folhas secas do Outono, secando as lágrimas de vertigens diferentes. Nas várias gerações que passam tenho a percepção que a fuga das ravinas só culmina na recordação.
Thursday, October 20, 2005
Doce contacto
Em pó doce que cai dos céus a manhã se aninhou. Os pedaços de leves sobremesas que sobem no musgo a esventrarem, caminham de pé em pé, pendurados na leveza da espuma, no oriente cintilar de risos que mutilam o sossego. Coaxar de permutas de véus acendem as grutas. São misturas alicerçados nos mantos de descansados encaixes, de contactos que batem ao som do inspirar do pincel. Pinceladas de água.
Thursday, October 13, 2005
A formosura mehndi.
Emoldurar o tempo em guarnecidas seivas, segurar o segredo de cativeiros, ou apenas desejar a expressão máxima de linhas que ficam sedimentadas nos substratos da evolução. Se na pele humano cada canteiro floresce, cada floração fica pigmentada, cada pigmento encaixilha nas suas vestes, então as aranhas do tempo voam nas falésias dos traços. São forças de milénios enraizadas na beleza de sulcos, do amor, do calor, da leveza dos símbolos. O corpo regado na sementeira de movimentos labirínticos que fica sufocado nas silhuetas de consagrar a vida. A formosura mehndi.
Monday, October 10, 2005
Jornada eleitoral...
Mais uma jornada eleitoral, mais um dia passado a registar a estatística. Quem ganha mais câmaras, mais vereadores, mais freguesias, ou seja quem se pode orgulhar de ter um vencimento maior nos próximos quatro anos. Não se pode dizer que tenha havido grandes alterações em comparação com as eleições de há quatro anos atrás, com umas ligeiras mudanças de câmaras. Nota-se apenas dois importantes factores: a subida de câmaras da CDU e os "expulsos" terem vencido na maioria dos casos ( Isaltino Morais - Oeiras, Fátima Felgueiras - Felgueiras, Valentim Loureiro - Gondomar). A excepção ao caso é o de Ferreira Torres em Amarante.
Quanto aos prognósticos que elaborei fui um pouco enganado pela conjuntura cerebral e do meu optimismo pelas pessoas perceberem (das respectivas câmaras em questão Felgueiras e Oeiras) que as pessoas envolvidas na candidatura estavam implicadas em matérias de forte corrupção (até pode ser que não). Admito o meu falhanço de quem elegeria mais câmaras mas de facto não reparei que eu já tinha posto 4 representantes, logo saia já em desvantagem :).
Agora podemos pensar a 100% nas presidenciais e no duelo de "tubarões"...
Quanto aos prognósticos que elaborei fui um pouco enganado pela conjuntura cerebral e do meu optimismo pelas pessoas perceberem (das respectivas câmaras em questão Felgueiras e Oeiras) que as pessoas envolvidas na candidatura estavam implicadas em matérias de forte corrupção (até pode ser que não). Admito o meu falhanço de quem elegeria mais câmaras mas de facto não reparei que eu já tinha posto 4 representantes, logo saia já em desvantagem :).
Agora podemos pensar a 100% nas presidenciais e no duelo de "tubarões"...
Agora podemos pensar a 100% nas presidenciais e no duelo de "tubarões"...
Agora podemos pensar a 100% nas presidenciais e no duelo de "tubarões"...
Friday, October 07, 2005
Pés
Nos pés descalços ouço o murmúrio dos céus
Cantos de piranhas a morderem meu calcanhar
Meu dorso contorcido
O ventre esmagado na poeira
Sobe dentro da areia o escorrega do tempo
Cada parte do solo polida pelos lírios
O ventre, o dorso, o calcanhar, os pés....
Moinho de asas escorridas...
São tempestades de fogo, calcadas...
Misturas de saudades, entristecidas nos véus...
Miragens de alucinações, nos pés...
São brumas enfeitadas, são pés nus...
Cantos de piranhas a morderem meu calcanhar
Meu dorso contorcido
O ventre esmagado na poeira
Sobe dentro da areia o escorrega do tempo
Cada parte do solo polida pelos lírios
O ventre, o dorso, o calcanhar, os pés....
Moinho de asas escorridas...
São tempestades de fogo, calcadas...
Misturas de saudades, entristecidas nos véus...
Miragens de alucinações, nos pés...
São brumas enfeitadas, são pés nus...
Thursday, October 06, 2005
Presidenciais
O fogo arde na nossa casa, o céu húmido prevalece escuro, as hipóteses de mudança ficam em miragens que esvanecem, que podemos fazer?! São culturas misturadas em fogo de artifício que as próximas eleições ditarão um resultado esperado. Uma vitória da abstenção, um vitória da propaganda dos media que se limitam a falar nas presidenciais, uma vitória do tacho e do clientelismo. Na governação dos “bolsos” interessa conhecer as pessoas certas, ser independente, entre outras facetas mais colegiais, e depois dar o pulo.
Enchemos o saco de promessas porque o Natal vem aí, e as “verdadeiras” eleições que apenas decidem quem vai poder viajar mais, serão logo a seguir ao homem das barbas grandes. Espero que até lá os metralhas não tragam salpicos de uma nova eleição legislativa após eleições autárquicas, tão apanágio das máquinas partidárias. Mas como o orçamento só vai ser apresentado lá para o meio do mês tudo irá correr bem ou talvez não...
Enchemos o saco de promessas porque o Natal vem aí, e as “verdadeiras” eleições que apenas decidem quem vai poder viajar mais, serão logo a seguir ao homem das barbas grandes. Espero que até lá os metralhas não tragam salpicos de uma nova eleição legislativa após eleições autárquicas, tão apanágio das máquinas partidárias. Mas como o orçamento só vai ser apresentado lá para o meio do mês tudo irá correr bem ou talvez não...
Prognóstico dos PesNus:
- Rui Rio - Porto.
- Carmona Rodrigues - Lisboa.
- António Machado - Mogadouro.
- Valentim loureiro-Gondomar
- Fátima Felgueiras e Isaltino Morais perdem...
- PS ganha a maioria das câmaras.
Monday, October 03, 2005
Butterfly
A cor a desprender dos lábios soltos, das asas arqueadas num arco-íris fumegante. De certeza que se pode ouvir as palavras soltas do tempo, da maresia, das folhas cheias de sentidos, dos ocos troncos nas falésias...Mas qual o sentido de tanta metamorfose?! A transfiguração apenas acontece em harmonia dos ramos que sobem para os céus... A evolução de riscos que marcam, de silhuetas embebidas em círculos, num nu que se afigura na luz. Avistar os arcos da lentidão estonteante.
Janelas
Escamas de colher... malmequer desdobrado... toque de levitação... alvorado de penetração
...
sedução de faíscas... janela pingada...perfurar o ouvido...surdez do penhasco
Saturday, October 01, 2005
Escavações
Um trabalho de esforço, no meio do alcatrão colorido, na labuta diária para encontrar o pote. O último fôlego do primeiro herói nas suas escavações metropolitanas.
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