Despenhei o rochedo na mão,
Atropelei a janela do alçapão,
Furei de espanto o olhar,
Rasguei os dedos de mágoas...
Deixei o vento soprar,
Moldei as folhas de licor,
Toquei as cordas desafinadas,
Fiquei preso no coração...
Penetrei, Penetrei-me...
Agora dedilho os olhos do mar...
Agora a mim me tenho...
Agora...Agora...Agora...Embora...
Friday, April 28, 2006
Wednesday, April 26, 2006
Léguas
Escrevo a léguas do sentimento...
Escrevo a léguas do pensamento...
Escrevo a léguas do sofrimento...
Âncora de lodo, punhal de dor...
Cor de pessoas nas ruas,
Furadas em ausências desprendidas,
Rebolo no fundo do mar...
Escrevo a léguas do esquecimento...
Escrevo a légua do apodrecimento...
Escrevo a léguas do amadurecimento...
Escrevo a léguas do pensamento...
Escrevo a léguas do sofrimento...
Âncora de lodo, punhal de dor...
Cor de pessoas nas ruas,
Furadas em ausências desprendidas,
Rebolo no fundo do mar...
Escrevo a léguas do esquecimento...
Escrevo a légua do apodrecimento...
Escrevo a léguas do amadurecimento...
Tuesday, April 25, 2006
Amargura
Nada, Nada, Nada...
Retiro, Tiro, Atiro...
Casulo derretido num ramo perdido,
Na palha seca deposito aranhas...
Vazio, Vazio, Vazio...
Fio, Rio, Pio...
Sonho do altar de chagas,
Mergulhado em banho oco...
Retiro, Tiro, Atiro...
Casulo derretido num ramo perdido,
Na palha seca deposito aranhas...
Vazio, Vazio, Vazio...
Fio, Rio, Pio...
Sonho do altar de chagas,
Mergulhado em banho oco...
o som da luz não esconde a fera da solidão, nem o rosto as cicatrizes do alimento das veias, das folhas secas... na moldura rasgada do vento abre-se o portão do desassossego, as imagens de pétalas choverão os espinhos de amargura... as águas de sangue serão folhagem de lágrimas de ventre esmaltado, acorrentados em infinidades mórbidas, aos horizontes de lagoas dos pântanos malditos do AMOR...
rasga, penetra, sulca, arde...
Friday, April 21, 2006
Dor de Leveza
Cruzo, traço os dias,
Arrepio nas cruzadas melodias,
Nas pernas desdobradas
Abertas em nuvens desatadas...
Calco os pés rasgados
Nas mãos enlaçadas...
O sono repousa,
Dor de voz, silêncio...
Sino deambulante que relembra...
O que da memória não sai...
Toque puro de leveza...
Voar...Voar..Voar...
Arrepio nas cruzadas melodias,
Nas pernas desdobradas
Abertas em nuvens desatadas...
Calco os pés rasgados
Nas mãos enlaçadas...
O sono repousa,
Dor de voz, silêncio...
Sino deambulante que relembra...
O que da memória não sai...
Toque puro de leveza...
Voar...Voar..Voar...
Thursday, April 20, 2006
Gripe, Gripado...
Atordoado numa faísca de chuva,
Cinzeiros de fogo abrem artérias,
O cérebro congelado fura,
Infectado de dores de cabeça...
O corpo a cair num pesadelo
De visões, alucinações...
Matéria de veias desarticuladas
Aconchegadas à chuva...
Quebradiços ossos que flutuam
Regelo, aqueço, evaporo...
Mergulho no desespero
Num estado de embriaguez...
Cinzeiros de fogo abrem artérias,
O cérebro congelado fura,
Infectado de dores de cabeça...
O corpo a cair num pesadelo
De visões, alucinações...
Matéria de veias desarticuladas
Aconchegadas à chuva...
Quebradiços ossos que flutuam
Regelo, aqueço, evaporo...
Mergulho no desespero
Num estado de embriaguez...
Tuesday, April 18, 2006
Florescer
Somos apenas números,
Tormentos de esquecimento,
Restos dos pedaços quebrados
Nas cicatrizes a morrer...
Fendas sem olhos,
Palavras de amargura,
Sentimentos na lua
Horizontes de carícias...
Não sei como avisto o mar,
Não sei como alcanço as mãos,
Não sei se tenho fundo,
Sei somente que sou uma pétala....Floresço...
Tormentos de esquecimento,
Restos dos pedaços quebrados
Nas cicatrizes a morrer...
Fendas sem olhos,
Palavras de amargura,
Sentimentos na lua
Horizontes de carícias...
Não sei como avisto o mar,
Não sei como alcanço as mãos,
Não sei se tenho fundo,
Sei somente que sou uma pétala....Floresço...
Monday, April 17, 2006
Rio
A alma arde no Inferno.
Nas cinzas do sangue,
No jazigo do pó,
A morte abre as grades...
Tempo moído no cálice.
Da pureza do ventre,
Do arrancar supremo da vida,
A sede das pedras clamam uma gota...
Amor dos gritos das veias.
Pelas amarras dos espinhos,
Pelo vinho da incapacidade,
Triunfo da virgindade transparente...
Nas cinzas do sangue,
No jazigo do pó,
A morte abre as grades...
Tempo moído no cálice.
Da pureza do ventre,
Do arrancar supremo da vida,
A sede das pedras clamam uma gota...
Amor dos gritos das veias.
Pelas amarras dos espinhos,
Pelo vinho da incapacidade,
Triunfo da virgindade transparente...
Sunday, April 16, 2006
Archote
Na terra demente
Muralhas rasgam o afunilar,
Derreter o penetrar fervente,
Esculturar na moldura da fúria...
Muralhas rasgam o afunilar,
Derreter o penetrar fervente,
Esculturar na moldura da fúria...
Carris arrancam do forno
A fervilhar no mesmo Amar,
Ocultar ao lavrar o dar
Mostrar a natureza pura...
Cavar a lendária câmara
Da silhueta da tua vela…
Archotes de gelo,
Paus encravados a iluminar…
Thursday, April 13, 2006
Erotic Pain
Why you are bleeding in the shade?
Erotic pleasure of pain,
Sweetness of flying
In the black sea...
Moon shadow in the boneyard...
Wednesday, April 12, 2006
Ardor
Tuesday, April 11, 2006
Sin
Monday, April 10, 2006
Na Noite...
Cores de fogo
Impregnam a lua
A rabiscar as saliências…
O que leva a ficar preso ao segundo?
Tortura do cigarro a torcer
No desespero dos olhos,
Dor na escuridão
Avidez do desespero,
Escada que circula
Sem profundidade,
Fumo que no corpo penetra,
Ouve-se a alma a rugir
A profanar a leveza,
Cerca o Demónio de ti
Tanta tortura sufocada.
Sunday, April 09, 2006
Reluz
Rio de uivos
Mascarado ao espelho
Enfeitiçado no reflexo
Rara pureza de Amar
Beliscar o sagrado
Na essência esquelética
Serrar o licor de perfis
O mesmo momento
Tomar o meu sopro
Na corrente debruçada
A recortar os filamentos
O mesmo momento
Roda de suspiros
Pregos a trespassar a fonte
Verte o esplendor...
Transpirar virado...
Atado, castrado...
Afunilado na cripta...
Reluz
Mascarado ao espelho
Enfeitiçado no reflexo
Rara pureza de Amar
Beliscar o sagrado
Na essência esquelética
Serrar o licor de perfis
O mesmo momento
Tomar o meu sopro
Na corrente debruçada
A recortar os filamentos
O mesmo momento
Roda de suspiros
Pregos a trespassar a fonte
Verte o esplendor...
Transpirar virado...
Atado, castrado...
Afunilado na cripta...
Reluz
União
Longe do fim, da penumbra...
Negros passos a esvoaçar.
Adormecer na fenda.
Dormentes vozes cegam
Os vasos quebrados, gelados...
União da Separação
Num compasso dedilhado
Fumado nas neblinas
Rasgado na lembrança
Separação da União
Coração manchado
No morcego encarnado
Incriminar o amaldiçoado
Abater o eco suado
Alma sacrificada, crucificada...
Noite de fogo...
Lua enrola-me...
Negros passos a esvoaçar.
Adormecer na fenda.
Dormentes vozes cegam
Os vasos quebrados, gelados...
União da Separação
Num compasso dedilhado
Fumado nas neblinas
Rasgado na lembrança
Separação da União
Coração manchado
No morcego encarnado
Incriminar o amaldiçoado
Abater o eco suado
Alma sacrificada, crucificada...
Noite de fogo...
Lua enrola-me...
Gota
Cristais fundem-se no ar
A norte da bruma celeste,
Grito de força a rasgar
A morte da melancolia agreste...
Peitos de véus penetra
O ardor fúnebre do olhar,
Deambulando nas notas de jazigos...
Penduro as asas de sangue
Na lâmina da escuridão...
A magia roça o abismo
Coberto de escamas a arderem
Piedade enterrada no pó
Retalhar o tormento
Molestar as veias de pó
Pingar o alimento
Sede...Escorre...
Uma última gota...
A norte da bruma celeste,
Grito de força a rasgar
A morte da melancolia agreste...
Peitos de véus penetra
O ardor fúnebre do olhar,
Deambulando nas notas de jazigos...
Penduro as asas de sangue
Na lâmina da escuridão...
A magia roça o abismo
Coberto de escamas a arderem
Piedade enterrada no pó
Retalhar o tormento
Molestar as veias de pó
Pingar o alimento
Sede...Escorre...
Uma última gota...
Thursday, April 06, 2006
Wine, Lips,...
Os lábios que contornam a doçura do sabor. Sempre a mistura do último paladar que foge por entre neblinas, e se esconde no altar da clemência. Formosura do altar que define as arestas, toques de pureza. Quando os lábios encaixam no impregnar das serpentes, a alma aquece no fervilhar de brasas e envolve o espírito na suavidade do néctar dos deuses. O enrolar da doçura que escorre a dedilhar as entranhas.
Wednesday, April 05, 2006
Flores do Campo
Hoje acordo e vejo a chuva cair. Sonho que o dia vai ser diferente do outro, tento modificá-lo para melhor estar escrito nele, numa abertura que caiba, num espaço que esteja confortável. Fabrico os cordéis do que sou, somente sabendo que os raios de sol estarão a sair das nuvens. Os fios das linhas penetram cada espaço do espaço que contém. Penso nalgumas silhuetas, e escrevo. São confusões mentais de que apenas a pedra tumular pode ecoar. Reflexos da pedra que não me atraem, por ser apenas reflexos. Os reflexos nada me dizem, eu nada digo. Digo coisas para mim, que para mim fazem sentido, por vezes. São palavras ocas que ecoam. A única coisa que me confunde no meio disto tudo, é que são sentimentos que vem de dentro da alma e não podem ser compreendidos pelas flores do campo.
Pedaços
Cada chuva invade a Alma no suspiro quente da memória. Não posso estar onde quero, posso somente estar no passado. Crio ramos onde o tronco já está, sinto falta daquilo que sou, moldo o futuro. A pureza de ser estranha-se, o ser contrário apaixona-se. Expressão da leveza, de arrancar o coração dos bens materiais, soa a não existir. Prefiro este soar, este bater forte, este molhar de silhuetas. A solidão faz parte dos cantos do quarto, da cama donde caiem lágrimas, do tecido de vida. Tudo se mistura para albergar emoções. Já não consigo viver sem elas, nem sentido faz viver com elas. Cultiva-se a terra arável, da dança molhada da ausência...Amo...
Tuesday, April 04, 2006
M.A.D.
Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia Medo Desespero Angústia
Cera que arde
O céu escuro de demónios vão,
O vento abrasador de faíscas,
Taciturno resplandecer da combustão
No dorso a cintilar de facas...
São velas que queimam o túmulo,
Cera que ilumina o coração,
Círculos que penetra a paixão,
Chama que fortifica o abalo...
Nos braços, esboço o teu sorriso...
Nos fossos da memória, esculpo-me...
Gravo ao natural o sentimento
Imortalizar a essência da pureza...
Alvoroço do tempero a gravitar...
O vento abrasador de faíscas,
Taciturno resplandecer da combustão
No dorso a cintilar de facas...
São velas que queimam o túmulo,
Cera que ilumina o coração,
Círculos que penetra a paixão,
Chama que fortifica o abalo...
Nos braços, esboço o teu sorriso...
Nos fossos da memória, esculpo-me...
Gravo ao natural o sentimento
Imortalizar a essência da pureza...
Alvoroço do tempero a gravitar...
Monday, April 03, 2006
AVITAL - ZOHAR
Avital- "pai do orvalho"
Zohar - Luz
Se na manhã das serpentes, o sopro é mais forte do que as ossadas, perguntamos ao orvalho donde vem a força?
AVITAL- A força provêm da chuva que molha e fortifica a cor. O sangue que corre do AMOR, veia de vida, que pinga a resplandecer teu ombro...
Se na noite o corvo dedilha teu manto, perfumando o cálice do destino na escuridão, perguntamos à luz donde vêm a força?
ZOHAR- Vem da magia que se esconde em ti, e que na intensidade ilumina o AMOR, que faz pingar o arco-íris do trevo...
A luz orvalhada...
Calafrio
Rasgo a pele da manhã
Entrelaçado num suspiro,
Levanto os ossos pendurados
Deixo a poeira voar pelas veias...
O sol arde na transpiração,
No fogo húmido de esperar,
Expectativa da tarde,
Das horas, um toque, um retoque...
Medo, calafrio, estremeço...
Arrepio de febre...
Espinha dócil
De olhar o mel...Amo...
Entrelaçado num suspiro,
Levanto os ossos pendurados
Deixo a poeira voar pelas veias...
O sol arde na transpiração,
No fogo húmido de esperar,
Expectativa da tarde,
Das horas, um toque, um retoque...
Medo, calafrio, estremeço...
Arrepio de febre...
Espinha dócil
De olhar o mel...Amo...
Sunday, April 02, 2006
Teia
Gesto
Nas enseadas da magia
Teço teias do meu leito,
A voz vegetal
Encarnado no doce animal,
Risco pautado no peito
Feitiço de alegoria...
Hipnotizar as palavras agitadas,
O degrau da luz do patamar pintado,
Alma que na vertigem segura os lábios,
Limite do infinito, prazer suspenso no gesto...Amo...
Teço teias do meu leito,
A voz vegetal
Encarnado no doce animal,
Risco pautado no peito
Feitiço de alegoria...
Hipnotizar as palavras agitadas,
O degrau da luz do patamar pintado,
Alma que na vertigem segura os lábios,
Limite do infinito, prazer suspenso no gesto...Amo...
Saturday, April 01, 2006
Estremeço
Cores que flutuam na mão do desassossego,
vagueiam nas passagens de visíveis luas,
ao canto do sorriso que saltita na banheira,
pelo fundo do perfume que emana das pétalas do rosto.
Mistura de pedaços que fazem saborear o tecido queimado do gelo,
a cor da rendilhada essência da tela.
Sussurrar na vertigem do seio,
cortar a plumagem num abraço,
estremeço...
Tanta emoção de pormenores num punhal de chamas,
nos lábios derretidos no infinito,
que o murmúrio troveja no coração de lagos...
13
vagueiam nas passagens de visíveis luas,
ao canto do sorriso que saltita na banheira,
pelo fundo do perfume que emana das pétalas do rosto.
Mistura de pedaços que fazem saborear o tecido queimado do gelo,
a cor da rendilhada essência da tela.
Sussurrar na vertigem do seio,
cortar a plumagem num abraço,
estremeço...
Tanta emoção de pormenores num punhal de chamas,
nos lábios derretidos no infinito,
que o murmúrio troveja no coração de lagos...
13
Mãos que florescem
O palco de chuva
Amortece o perfume...
O esqueleto temperado de fogo
Suaviza o sangue...
Impulsos de retenção
No cálice desfolhado...
Verter o Amor...
As misturas de cores
Que dedilham a silhueta,
Respirar nos cabelos
Os longos prazeres retidos...
O toque na dança de mãos...
Como adoro tuas mãos...
As gotas de sangue caiem no meu regaço...
Amortece o perfume...
O esqueleto temperado de fogo
Suaviza o sangue...
Impulsos de retenção
No cálice desfolhado...
Verter o Amor...
As misturas de cores
Que dedilham a silhueta,
Respirar nos cabelos
Os longos prazeres retidos...
O toque na dança de mãos...
Como adoro tuas mãos...
As gotas de sangue caiem no meu regaço...
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