Saturday, December 30, 2006

Tempo

Neste momento tenho precisamente:

  • 30 anos e nasci numa Terça-Feira
  • 359 meses
  • 1567 semanas
  • 10973 dias
  • 263333 horas
  • 15800000 minutos
  • 948000057 segundos
  • 948000063094 milisegundos

“Quem mata o tempo não é assassino: é suicida.”

Friday, December 29, 2006

Areia

A simbiose reflectida nos ossos especula sobre os odores. Caracterizar as pétalas dedilhadas, a dança das luas nos cordéis, até a magia da água transbordar na arte das falésias. Navego nestas imagens, perfuro a liberdade da levitação, não esqueço a essência que me faz flutuar. Simplesmente ponho os remos no altar, a mão em cima da outra, e pinto o pó para moldar o ar. Os relâmpagos rompem num tom roxo, o cachecol enrola o calor, os dedos aquecem as velas e os meus aposentos gelam.
As gotas irromperam nos anéis, escaparam por fios soltos pendurados num traço de estrelas. Caminham por um destino que não compreendo mas que o silêncio ajuda a matar. Esse vazio preenchido que não rega os fragmentos, deixando-os apenas a soluçar na escuridão. Quem segura cada brilho têm a solução, no bolso da imaginação.

“Que na tua árvore de Natal brilhe a magia, o amor, fé, vontade, desejo, liberdade, sucesso, a felicidade e um novo ano de luz e esperança”

Ao dormir os sonhos apoderam-se de mim e vejo uma árvore descaída pelo monte. Grandiosa nos seus ramos, nos enxertos que povoam cada estrutura de feitiços e nas folhas de variadas cores. Por vezes encanto-me nas tentativas de fazer crescer novos ramos, diferentes ou contagiantes. O rasgo feito na superfície, a moldura de terra que se esboça para evoluir, os diversos tamanhos de encaixe e o tronco grosso permanece a levar com o vento de furacões. Alguns enxertos partem-se, partem, viram perda ou pedra. Por vezes florescem sem saber como nem onde, alguns caem e nascem nos pés do grosso tronco. Ainda há outros mesmo estando metido numa essência confunde perfumes. Há múltiplas variedades de raízes na terra e no ar. Mas....

A areia gelada
Ardia no fogo de artifício...
Abismos de calores
Falésias de silhuetas...


Viva o ano 2007 que começou há uns milhões de anos atrás.

Thursday, December 28, 2006

Moleiro

A memória encontra-se na masmorra
Rendilhada pelas janelas abertas,
Fresca a congelar de suspiros.
Do perfume que emana fica
No colo do corrimão, arrepiado pelos sons
Fugidios de escapar ao despercebido.
A coragem dilui-se nos rios
Negros do olhar, a desabar orvalhos
Húmidos, a revolver o toque da brasa, resvalado
Nos pedaços estilhaçados.
Cai chuva, chuva miudinha cai...
Ouve-se a bengala do silêncio...
Douro, Tejo...Tejo, Douro...
Vêm aí o Moleiro.

Vapor

Ouço o barulho do vapor
Sentado...
De leve dou cambalhotas,
Balouço – Dormito a olhar...
Silêncio contínuo a trovejar
Selado como pólen, colorido como pétalas...
Apenas transparente – Silencio...
E corre a semente no pousio
E corre o vento no sabor da espuma
E dorme a corrente do rio
E dorme o advento da pluma

Thursday, December 21, 2006

Solstício de Inverno


Raios de lanças.
A luz mistura-se com a escuridão.
Renascem ou abram cortinas de fogo
Num cavalo voador...
P.S.: Desconheço o autor do quadro, só espero que seja cristo, que ouvi por línguas travessas nasceu por estes dias!

Picos

Mãos frias
Minha Alma requer...
Geladas de pedra,
Riscadas, rasgadas...

O deslize ausente,
Ciclo permanente,
Sufoco fervente...

A afeição mergulhada
Pelas montanhas fundido,
Os pirilampos brincam
Na ponta dos dedos...

A lareira de véus
Aquece a ossada...
Sussurro...Sussurro...Sussurro...

Wednesday, December 20, 2006

Orgulho (Parte II)

Não há tempo... Parabéns ao tempo!
A vela arde entre o silêncio e o vazio, enterrada nas campas cheias de flores. Nuns olhos escondidos na terra, o calor desfila nesses dois meios, a prolongar sons que se vão repetindo. Não posso criar lava no tremor do tempo, não tenho tanta magia entre os frios dedos. Esses terrenos sem glória, no perfume nefasto do orgulho, os pés pisam e rebolam nas nuvens de fumo que sai por entre os meus lábios. Faz frio; não dentro de mim.
Os ramos secos são belos, mais verdejantes que o ser humano. Os galhos partem-se e já não se ouve o estalar desses membros, as folhas não estão presentes e ninguém quer saber, os troncos são grossos e os círculos estão torcidos. Olho para a palma da mão, sinto a doçura; olho para a árvore, sinto a vida a pulsar. Só no entrelaçado das vertigens, somente a aspirar minha voz, somente a cortejar meus poros. Tudo funciona assim quando ele quer vencer.
Não há tempo. Parabéns ao tempo!

Sunday, December 17, 2006

Melodia

Harmonia de janelas partidas,
Alegria das velas coloridas...

Abri um poço, oco, a neve cai...
Quente pintada, adocicada, maltratada...
Das folhas, secas, galhos nus...
O mar castanho na erva fica,
Montando o manto, cobrindo o espanto...

A melodia ria, enquanto ela dormia.
O dia despia, da noite fugia...
Ó santa e impura inquisição, ainda queimais corpos?!

Saturday, December 16, 2006

Sopro

Gelado, quebrado, vidrado...
Bálsamo de tentações a fumar na bruma.
Torcido, entretido, esquecido...
Armazenar pigmentos nos raios lunares.

Retornais às lanças de círculos, aos pesadelos
Da busca incontornável do pó...
Sentis a vontade ao cair das tentações,
E aí levantais o sopro das falésias...

As marés tocam os pés…
A minha saliva arde…
E entretanto faço tapetes projectados nas sombras
Num Crucifixo de gelo dissolvido...

Thursday, December 14, 2006

Parabéns!

Troto no meu braço ancorando a suavidade do canto supremo, cordas segurando o sopro do inferno, silhuetas de prazer inesquecível. Riscos abertos no meio da calma serena, turbilhão de bolas mágicas, e a roda num abismo de sonhos vibram em visões de desejos. Pedaços doces a levitar nas minhas mãos, encaixes flutuantes a pintalgar o rosto, cicatrizes de sangue no amor da pele apertada, resguardada.
São sensações que passam na minha Alma neste dia 14 de Dezembro. Poderia ser mais um dia, mas é o meu dia. Acordei neste dia onde as estrelas piscaram o olho, abrindo portas dos toques, vibrando na harmonia do cavalo voador. As conchas abrem-se à sua maneira, sem controlo, com a seiva de sulcar fendas de fogo, e no mar aninhando sua frieza repousante. Estas batidas batem num compasso melancólico, num sentimento único que passa a Alma, que trespassa o perfume das cores. Faço um monólogo de bolas de cristais para pingar das luas um morcego de asas negras. Sou eu...Só eu...Muitos Parabéns DarkViolet!!!

Wednesday, December 13, 2006

Pincéis



Montam cores à volta da roda,
Gira a hora sem pressa de ir embora...
Círculos dos atalhos de fogo cercam o orvalho,
Montados em sopros de pincéis,
Empedrados em chamas,
Num toque de sentidos escondidos...
Milagre oculto, fonte aberta, secreta...
Regaço abrigado, poços de mistérios,
Soalho dobrado estala na esquina...
Sons, visões, feitiços...
O espaço amplo da magia.

Descida ao Céu


Por caminhos de pedras, a água escorre por dentro dos musgos, rasgadas nas folhas outonais o vento leva aos muros as cascatas voadoras. Abre-se os bicos das aves, e os cantos dos charcos, dilui-se as cores, corre-se para o fogo com vestes de telhados de ramos.
Percorro só este caminho estreito, selvagem na delícia da pedra encharcada, agreste na silva que decota minha pele. Os pés encolhem-se no entrelaçado da vegetação, pintalgando o rosto de entranhas para suavizar a descida ao céu. Formam-se remoinhos no meu altar, descascado em ternura pelos odores das valas abertas. O esplendor do único sentimento rasga a Alma, cortejando espinhos de verdura, naturais como vitrais onde desaguam sorrisos. Ninguém chapinha nestes cordéis, enfiados nos filamentos de labirintos. Cego das asas que se seguram, levanto voo...

Monday, December 11, 2006

Argghhhhhh!!!!

Tocam os sinos

Transbordar a revisitar o convento
Para devorar derrocadas caídas
Os sinos tocam; 3 dias faltam...
Sagrados talismãs, histéricas romãs...
O nevoeiro toca o fumo,
Abraço de vento, orgulho sem assento
Retornar aos sorrisos...
Retornar aos jazigos...
Derrubar assombrações, cobrir maldições...
Encher os corações...

Veste o negro doce demónio...
A tua Alma é grandiosa...

Saturday, December 09, 2006

Thursday, December 07, 2006

Vertigens

7 facas com faces deitadas
Mirando o canto da sereia,
Tocar o som desconhecido
Da pele rasgada, aberta veia...
Demónios contemplam as fragas,
Escarpadas vertigens reunidas
O amainar inquieto da cria
No baloiçar da luz bravia
12 véus nublados...

Tuesday, December 05, 2006

Espírito de Carnaval ou Natal...

Agora que a época do “Carnaval” se aproxima com passos tumulares, vou fazer uma introspecção a esta comédia mascarada da doutrina de Jesus. São sacrifícios “grandiosos” para remar sorrisos no esboço da cruz. A salvação do advento:

De Deus e da Santíssima Trindade

“Quem é Deus?
É um espírito infinitamente perfeito e eterno. Senhor supremo, a quem devemos amar; criador e governador do céu e da terra, nosso legislador e remunerador.”
(Ainda bem que existe tal ser...)

“Onde está Deus?
No céu, na terra e em toda a parte.”
(Que grande trabalheira....)
“Quantas naturezas têm Deus?
Três.”
(Só?...)
“Quais são?
Pai, Filho e Espírito Santo.”
(E a mãe onde está?...)
“O Pai é Deus?
É.”
(E a mãe?...)
“O Filho é Deus?
É.”
(Nem pergunto outra vez....)
“O Espírito Santo é Deus?
É.”
(O Banco?...)
“Então são 3 Deuses?
Não são; mas são 3 pessoas distintas e um só Deus verdadeiro.”
(Pensei que o Espírito Santo não era pessoa...o verdadeiro ou cordeiro?...)

“Cristo enquanto Deus tem pai e mãe?
Enquanto Deus tem pai, não tem mãe; enquanto homem, tem mãe e não tem pai.”
(Eu bem sabia que havia uma mãe algures...)
“Que nome toma a hóstia depois de consagrada?
Chama-se o Santíssimo Sacramento.”
(Um pedaço de pão alimenta assim tanto?...Um dia tenho que a provar apesar de não ter a comunhão..)

Monday, December 04, 2006

Regar

Num suspiro aflito
Quebro sobre as pernas;
Erguido nas falésias
Penduro os olhos secos.
Cada pedaço rasgado
É devorado pelas cinzas,
Amigas dum desassossego,
Cúmplices do cálice eterno...
Derreto na leveza duma nota,
Fico esculpido no meu rosto,
Prateado na sombra da Lua,
Dentro dela, sufocado nela,
Ardo sem cessar,
Sem regar a lágrima...