Longe do uivo da minha pele
Borbulho o fantasma da Alma
Rasgando cada cicatriz feita em cruz,
Polindo o cálice da Lua
Na língua do vampiro...
Objectos, Sons, Miragens...
A sombra do esquecimento
Nas escadarias dos violinos ,
Pego na tatuagem de pó
E engulo a saliva sem dó .
Devoro a degolar-me
A teia do reflexo
Dentro de labirintos de folhas secas,
Fora do paradoxo do abismo infernal
O olhar fica distante, escondido...
Sunday, July 30, 2006
Friday, July 28, 2006
Convés
Cordas de remos
Degolados na madeira...aldeia...
Cheiro de anestesia
A sacrificar o fumo...
Abana o vento gélido,
No ardor árduo da saliva,
Na transparência oca, molhada nas vestes,
Ardida na devastação
Do odor do mar...
Sou eu a olhar no convés,
A sentir as penas no meu cabelo...
Degolados na madeira...aldeia...
Cheiro de anestesia
A sacrificar o fumo...
Abana o vento gélido,
No ardor árduo da saliva,
Na transparência oca, molhada nas vestes,
Ardida na devastação
Do odor do mar...
Sou eu a olhar no convés,
A sentir as penas no meu cabelo...
Tuesday, July 25, 2006
Pés Voadores
Sunday, July 23, 2006
Poção (23)
Mergulho nos ramos
Que ardem no corpo...
Estilhaço os dedos dedilhados
Da Alma fervente...
Os espelhos coloridos de bolhas
A queimar o vento...
Sabes como obter uma estrela de chuva?
A poção do tempo
Na mistura de aguaceiros...
Um rasgo de leveza
No olhar enfeitiçado...
O fogo das mãos
Na permuta das brasas...
Sabes como funciona uma ampulheta?
Acreditar, Acreditar, Acreditar...
Que tudo desce no meio da vidraça...
Dois ou Três...Ou ambos juntos...
Que ardem no corpo...
Estilhaço os dedos dedilhados
Da Alma fervente...
Os espelhos coloridos de bolhas
A queimar o vento...
Sabes como obter uma estrela de chuva?
A poção do tempo
Na mistura de aguaceiros...
Um rasgo de leveza
No olhar enfeitiçado...
O fogo das mãos
Na permuta das brasas...
Sabes como funciona uma ampulheta?
Acreditar, Acreditar, Acreditar...
Que tudo desce no meio da vidraça...
Dois ou Três...Ou ambos juntos...
Saturday, July 22, 2006
Desfile
Hesitei perante a perspectiva da eternidade. O desfile íngreme a tingir estes penhascos, rabiscam o corpo calcinado, em que prendo as amarras soltas. Tenho um ponto, um rosto tão tosco, osso...O sotaque embebido na poltrona do destino. Sou uma névoa de transparências que umas vezes se ouve, e outras não.
Wednesday, July 19, 2006
Trovão
Peguei numa cadeira e sentei-me no canto da janela. A noite já ia alta, mas o sono não vinha. Sinto-me a desfalecer sem ebulição, um arder de sentimentos suspensos nos relâmpagos que aconchegam meu olhar. Refugio-me nas chamas do céu que teimam em querer explodir na palma das mãos, e resvalar nas chamas dum tempo ardente. Estou no meio do trovão que cai das nuvens e que dá luz neste sossego atormentado da minha Alma. Pego neste fogo e gelo-me de cicatrizes...
Acorda demónio, ou adormece no leito de espinhos, ou penetra tua Alma com galhos vestidos de tremores...
Tuesday, July 18, 2006
Parabéns
Galopar nas nuvens, ali, aqui...trota, trota, o galope de cabelos soltos. Ao vento do som dançante; canta, canta, canta. Cada arpão que sobrevoa as pisadas dos tempos intemporais. Sente-se os sons das léguas, de espaços apertados a cortar o vento...rasgos fortes de sonhos que chorariam da planta para o vaso, com olhos arregalados a medrar...Quieto e pausado, enche-se canteiros de cataratas, pisadas fortes a rebolar em balões que sobem, descem na pele, adormecem em sonhos de serpentinas...Um turbilhão de segmentos a piscar o remoinho das peugadas...descaem em pingos....Cai delgado no espaço ténue de velas...O brilho da transparência, a lã desfiada em socalcos da imaginação, um corredor de espuma para celebrar o orvalho perfumado...asas de intuição ou perfeição? Parabéns!
E hoje a chuva caiu. Fi-la cair das estrelas...
Sunday, July 16, 2006
Entro e Saio
Entro no espaço vazio...
Entro no calor seco das imagens...
Incertas asas sobre as nuvens...
Impulsos tremidos de ventos...
Alma arrefecida de sons...
Saio das janelas partidas...
Saio molhado de desejo...
Saio para ver a tela...
Entro no calor seco das imagens...
Incertas asas sobre as nuvens...
Impulsos tremidos de ventos...
Alma arrefecida de sons...
Saio das janelas partidas...
Saio molhado de desejo...
Saio para ver a tela...
Friday, July 14, 2006
Misturo
Não mudei. Não tenho por onde mudar.
(Até tenho os lábios abertos)
Sento-me na cadeira
E observo como o pó se espalha debaixo dela.
(O abismo tem dentes afiados)
Rodopio os olhos de encontro à carpete
Rasgando as cores
(Tintas de fumo)
O chão cheios de pincéis Pedem a mão
(Penetro o vento)
Duas cores vêm à memória...Duas...
(Misturo o céu)...
(Até tenho os lábios abertos)
Sento-me na cadeira
E observo como o pó se espalha debaixo dela.
(O abismo tem dentes afiados)
Rodopio os olhos de encontro à carpete
Rasgando as cores
(Tintas de fumo)
O chão cheios de pincéis Pedem a mão
(Penetro o vento)
Duas cores vêm à memória...Duas...
(Misturo o céu)...
Wednesday, July 12, 2006
Cavalete
O túmulo da timidez chega perto do seu fim...
Abro a campa olhando para o céu de nuvens claras...
Abro as pétalas dum sorriso melancólico...
Alegria da Alma nas masmorras a verter...
Pego na mão para colher a suavidade...
Rasgo o ventre do monstro
Na concha de balões...
Sinto o arrepio do contraditório...
Fantasmas da aguardente
No rosto queimado...
Enigma de espelhos...
Não se dança sobre o cavalete...Queria...
Abro a campa olhando para o céu de nuvens claras...
Abro as pétalas dum sorriso melancólico...
Alegria da Alma nas masmorras a verter...
Pego na mão para colher a suavidade...
Rasgo o ventre do monstro
Na concha de balões...
Sinto o arrepio do contraditório...
Fantasmas da aguardente
No rosto queimado...
Enigma de espelhos...
Não se dança sobre o cavalete...Queria...
Tuesday, July 11, 2006
Lua
Partido em asas de baloiço desprendido, vai o mar chegar à Lua. Nas ondulações do ventre materno, o desassossego da Alma chega aos patamares do inferno, num som que habita um mundo inacessível das fogueiras que ardem sem nexo. Aperto o nó da garganta para pendurar a foice de lágrimas que desagua da Lua. Este gosto supremo de levantar o decaimento da areia contraria o alçapão levantado. Aberto no olhar das palavras que mergulham em salpicos de estrelas, suga a tela os esboços. São pés nus, pés frios, toques de leveza, riqueza de ramos…Suspenso...
Olhai para a Lua e dizei-me qual a vossa sensibilidade...
Monday, July 10, 2006
Nevoeiro de Lua
Coração de nevoeiro embebido
A expelir cinzas de vidro...
Extrai-se as estrelas do fôlego
Para derramar ampulhetas de sono...
Teoremas de pó florido
Na silhueta destes contornos,
A força da picada esventrada
Para dos pés entornarem neve...
Dos olhos pinga a Lua...
Dos lábios pinga o calor...
Da Alma pinga o ardor...
Chuva miúda rasga a neblina,
No afundar de belas ruínas...
"Um sorriso radiante de raios transparentes, iluminam..."
A expelir cinzas de vidro...
Extrai-se as estrelas do fôlego
Para derramar ampulhetas de sono...
Teoremas de pó florido
Na silhueta destes contornos,
A força da picada esventrada
Para dos pés entornarem neve...
Dos olhos pinga a Lua...
Dos lábios pinga o calor...
Da Alma pinga o ardor...
Chuva miúda rasga a neblina,
No afundar de belas ruínas...
"Um sorriso radiante de raios transparentes, iluminam..."
Friday, July 07, 2006
Flechas...
O portão abriu, deixei-te entrar...
O portão fechou, deixei-te sair...
Quente drama coberto com lama...
Oculto frio que gela o rio...
As flechas mutilam o coração
Como o véu cobre o caixão...
A roupa de ossos...
Sim...estou a falar da Escuridão e da Luz...
O portão fechou, deixei-te sair...
Quente drama coberto com lama...
Oculto frio que gela o rio...
As flechas mutilam o coração
Como o véu cobre o caixão...
A roupa de ossos...
Sim...estou a falar da Escuridão e da Luz...
Thursday, July 06, 2006
Sei do não sei
Não sei correr sem folhas...
Não sei voar sem cordas...
Não sei borbulhar sem levitar...
Não sei fazer Amor sem mãos...
Não sei dançar com ritmo...
Não sei olvidar os dedos...
Não sei estranhar minha roupa...
Não sei descer sem saltitar...
Não sei como fazer um abraço...
Sei da dor da ausência...
Sei do rio da essência...
Sei da solidão perdida...
Sei do licor perfumado...
Sei ouvir as viagens de sons...
Sei de dedilhar poções de voos...
“Jamais interrompa os cursos das águas”
Sei que sei, que o que sei provém do não sei, e para ser sentido pelo que sei tenho que virar as costas ao sei e fluir pelo não sei...O não sei do sei, o sei da essência...isolado ou atormentado?
Não sei voar sem cordas...
Não sei borbulhar sem levitar...
Não sei fazer Amor sem mãos...
Não sei dançar com ritmo...
Não sei olvidar os dedos...
Não sei estranhar minha roupa...
Não sei descer sem saltitar...
Não sei como fazer um abraço...
Sei da dor da ausência...
Sei do rio da essência...
Sei da solidão perdida...
Sei do licor perfumado...
Sei ouvir as viagens de sons...
Sei de dedilhar poções de voos...
“Jamais interrompa os cursos das águas”
Sei que sei, que o que sei provém do não sei, e para ser sentido pelo que sei tenho que virar as costas ao sei e fluir pelo não sei...O não sei do sei, o sei da essência...isolado ou atormentado?
Wednesday, July 05, 2006
Intruso
O telhado de violinos tocam nas línguas,
A mão de estaca banha o fogo,
As cinzas de pedra furam falésias...
Sou um intruso não convidado.
Pego fogo ao reflexo dos meus pés
Para rasgar as escamas sem profundidade...
Pego no tempo caótico
E fabrico a insanidade de poemas.
O livro irracional
Dos balões,
Do intruso
Não convidado...
A mão de estaca banha o fogo,
As cinzas de pedra furam falésias...
Sou um intruso não convidado.
Pego fogo ao reflexo dos meus pés
Para rasgar as escamas sem profundidade...
Pego no tempo caótico
E fabrico a insanidade de poemas.
O livro irracional
Dos balões,
Do intruso
Não convidado...
Tuesday, July 04, 2006
Monday, July 03, 2006
Harmonia
Tenho sorrisos nos meus lábios que furam as planícies das cordilheiras. As peles esticadas em sorrisos moldados, que não sei compreender como se esbatem nas lágrimas. O óbvio da natureza não o é para certos seres, que precisam de aprender a fazer do tempo, o andar para não serem comprimidos.
“A unidade, ao opor-se a si mesma, concorda consigo, tal como a harmonia que sai do arco e da lira” Heraclito
Pode a tristeza ser expressa com um sorriso? Ou estes elementos que continuam a opor-se deixarão de fazer harmonia?...Como dizem os gregos, o grave e o agudo fazem música...
“A unidade, ao opor-se a si mesma, concorda consigo, tal como a harmonia que sai do arco e da lira” Heraclito
Pode a tristeza ser expressa com um sorriso? Ou estes elementos que continuam a opor-se deixarão de fazer harmonia?...Como dizem os gregos, o grave e o agudo fazem música...
Sunday, July 02, 2006
Cavalos Voadores
Não sei...Sei...
Somente há esperança
Em determindas linhas.
Os contornos da visão esquecida,
Um sorriso embriagado,a magia de trovões,
E a chuva miudinha do sentimento...
Sei...Não sei...
Pego no punhal, e solto-me dos sons muídos,
Perfurando a lareira de estacas...
Coragem de ir ás montanhas geladas...
Quero para poder viver...Quero o calor da vida...
As velas sacrificadas
irão fazer chover relâmpagos...
Sei...Sei...
Estou isolado nos cavalos voadores...
Somente há esperança
Em determindas linhas.
Os contornos da visão esquecida,
Um sorriso embriagado,a magia de trovões,
E a chuva miudinha do sentimento...
Sei...Não sei...
Pego no punhal, e solto-me dos sons muídos,
Perfurando a lareira de estacas...
Coragem de ir ás montanhas geladas...
Quero para poder viver...Quero o calor da vida...
As velas sacrificadas
irão fazer chover relâmpagos...
Sei...Sei...
Estou isolado nos cavalos voadores...
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